Drogas psicoativas mostram eficácia no tratamento de sequelas do traumatismo craniano, indica estudo da Universidade de Stanford

Um recente estudo da Universidade de Stanford revelou descobertas surpreendentes sobre o potencial das drogas psicoativas no tratamento de sequelas do traumatismo cranioencefálico em veteranos. De acordo com a pesquisa, a ibogaína, derivada das raízes do arbusto iboga que cresce na África, apresentou resultados eficazes no tratamento dessas condições.

A ibogaína, apesar de ilegal nos Estados Unidos, foi administrada em 30 veteranos de operações especiais, todos com sequelas decorrentes do traumatismo cranioencefálico, em um estudo conduzido no México. Os resultados da pesquisa foram considerados impressionantes, já que nenhuma outra droga foi capaz de aliviar os sintomas funcionais e neuropsiquiátricos do trauma cranioencefálico.

Os participantes do estudo apresentavam pontuações elevadas no Cronograma 2.0 de Avaliação de Incapacidade da Organização Mundial da Saúde (WHODAS-2), indicando incapacidade leve a moderada. Muitos deles também sofriam com transtornos de ansiedade, ideações suicidas e transtorno por uso de álcool, condições frequentemente associadas ao traumatismo cranioencefálico.

Após o tratamento com ibogaína, os sintomas dos participantes apresentaram melhoras significativas e rápidas. A pontuação média do WHODAS-2.0 caiu para menos de 20, indicando incapacidade limítrofe a leve, e a função executiva e velocidade de processamento cognitivo dos veteranos também apresentaram melhoras notáveis. Um mês após o tratamento, a pontuação do WHODAS-2.0 havia caído para 5,1, indicando ausência de incapacidade, e os sintomas de depressão e ansiedade foram reduzidos em mais de 80% em média.

Apesar dos resultados promissores, os cientistas alertaram que novas pesquisas são necessárias para validar os efeitos da ibogaína, uma vez que os voluntários podem ter sido influenciados pela possibilidade de tratamento ou pelo ambiente de descanso na clínica mexicana.

No Brasil, a ibogaína não é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém a agência permite sua importação para alguns tratamentos.

Portanto, diante dessas descobertas, a comunidade científica está motivada a continuar aprofundando os estudos sobre o potencial terapêutico da ibogaína no tratamento das sequelas do traumatismo cranioencefálico. A esperança é que esses avanços possam trazer benefícios significativos para os veteranos e outros pacientes que sofrem com essas condições.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo