Educadora cega Dorina Nowill tem seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria após lei sancionada pelo presidente Lula.

A educadora cega Dorina Nowill, conhecida por sua luta em prol da acessibilidade para pessoas com deficiência, teve seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A Lei 14.796, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8).

A homenagem, proposta pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) e aprovada pelo Senado com parecer favorável da senadora Leila Barros (PDT-DF), é um reconhecimento da importância da atuação de Dorina em prol da inclusão social e da acessibilidade. A senadora Mara destacou a importância da educadora na defesa e construção da pátria, enquanto Leila ressaltou os avanços trazidos pelo ativismo de Dorina para a educação, acessibilidade e inclusão.

Dorina de Gouvêa Nowill nasceu em São Paulo, em 28 de maio de 1919, e aos 17 anos ficou cega devido a uma doença não diagnosticada. Mesmo após a perda da visão, ela ingressou no curso regular da Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo, em 1943, tornando-se a primeira estudante cega a frequentar um curso regular no país. Sua luta pela inclusão social e acessibilidade a levou aos Estados Unidos, onde se especializou em educação para cegos na Universidade de Columbia.

Em sua trajetória, Dorina criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que posteriormente se tornou a Fundação Dorina Nowill. A organização sem fins lucrativos foi responsável pela produção de milhares de livros adaptados, audiolivros e títulos digitais, contribuindo para a inclusão e acessibilidade de pessoas com deficiência visual.

Além disso, ela foi responsável pela Campanha Nacional de Educação de Cegos do Ministério da Educação (MEC) e lutou pela inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, promovendo discussões importantes sobre reabilitação profissional na Conferência da OIT e trabalhando para criar programas de reabilitação, treinamento e emprego para pessoas com deficiência.

Sua atuação a levou a ser presidente do Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos e a receber diversos prêmios e medalhas ao longo de mais de seis décadas de trabalho na Fundação Dorina. Sua história foi contada no documentário “Dorina: olhar para o mundo”, dirigido por Lina Chamie, e em 2013 o Senado Federal a homenageou com a criação da Comenda Dorina Nowill. A educadora faleceu aos 91 anos, em 29 de agosto de 2010, vítima de uma parada cardíaca.

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