Primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, renuncia ao cargo em meio a promessa de remodelação profunda do governo de Macron.

Nesta segunda-feira, 8 de janeiro, a primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, apresentou a sua demissão ao presidente Emmanuel Macron. O anúncio foi feito em meio a rumores de uma grande reforma no governo para trazer novos ares ao segundo mandato do líder centrista.

Em uma rede social, Macron agradeceu a Élisabeth Borne pelo seu trabalho em nome da nação e aceitou a sua demissão. O nome do sucessor deverá ser anunciado na manhã desta terça-feira, de acordo com a Presidência francesa. Gabriel Attal, atual ministro da Educação, de 34 anos, é apontado como favorito para substituí-la, de acordo com fontes próximas do Poder Executivo.

O novo primeiro-ministro terá como desafio promover o “fortalecimento industrial, econômico, europeu” e também “cívico”, conforme prometido por Emmanuel Macron ainda no final do ano passado. Borne, que se tornou a segunda mulher a liderar o governo francês como primeira-ministra em maio de 2022, enfrentou 20 meses de governo marcados por uma alta tensão política, reformas polêmicas e episódios de distúrbios urbanos.

Sua demissão ocorre após a aprovação de uma reforma migratória em dezembro, que dividiu a situação no poder e provocou celebrações da extrema direita. Em sua carta de demissão, Élisabeth Borne destacou a importância de seguir com as reformas, ressaltando a necessidade de continuidade.

A definição do novo primeiro-ministro terá um papel importante em equilibrar a aliança centrista de Macron, sobretudo em um contexto de mudanças na opinião pública francesa. As eleições para o Parlamento Europeu em junho de 2024 serão um termômetro da remodelação do governo, com o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional liderando as pesquisas.

Gabriel Attal, apontado como favorito para o cargo de primeiro-ministro, é reconhecido por sua atuação rigorosa como ministro da Educação, tendo implementado medidas polêmicas, como a proibição do uso da abaya – vestimenta usada por mulheres muçulmanas – nas escolas.

O novo primeiro-ministro, se confirmado, terá como desafio deter o avanço da extrema direita e gerir o governo durante os Jogos Olímpicos de Paris. Attal seria o primeiro-ministro mais jovem da República francesa e o primeiro abertamente homossexual. Um terço dos franceses demonstra desejo de vê-lo ocupar o cargo, o que o torna um nome popular, jovem e que representa a continuidade que Macron deseja para o seu governo.

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