A missão, que tinha como objetivo ser a primeira a pousar um módulo americano na Lua desde o fim do programa Apollo, tinha como grande diferencial o fato de ser realizada por uma empresa privada. Além disso, a Astrobotic pretendia se tornar a primeira empresa privada a realizar um pouso suave na Lua. Mesmo diante do fracasso, a empresa afirmou que ainda tem bastante combustível para continuar operando o veículo como uma nave, estimando que o combustível vai durar cerca de 40 horas.
O módulo lunar da Astrobotic foi desenvolvido com apoio financeiro da Nasa, que havia contratado a empresa para transportar material específico à Lua, em um negócio superior a 100 milhões de dólares. Os Estados Unidos têm recorrido cada vez mais ao setor privado para impulsionar uma economia lunar mais ampla e enviar suas próprias naves a um custo mais baixo, dentro do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS).
Apesar do fracasso da Astrobotic, outra empresa americana selecionada pela Nasa para seu programa, a Intuitive Machines, tentará novamente a alunissagem em breve, com uma decolagem prevista para meados de fevereiro. A bordo do módulo Peregrine, há um conjunto de instrumentos científicos que seriam utilizados para estudar a radiação e a composição da superfície lunar, abrindo caminho para um possível retorno dos astronautas à Lua.
No entanto, a missão não ficou livre de polêmicas. O módulo carrega restos cremados e DNA de personalidades como Gene Roddenberry, criador de Star Trek, e Arthur C. Clarke. A Nação Navajo, o maior grupo indígena dos Estados Unidos, opôs-se ao envio de restos humanos, argumentando que isso profana elementos sagrados para sua cultura. Suas objeções, no entanto, foram ignoradas.
Até o momento, apenas agências espaciais nacionais conseguiram realizar um pouso suave na Lua, incluindo a União Soviética, os Estados Unidos, a China e a Índia. Nas últimas décadas, missões privadas de Israel, Japão e uma tentativa da agência espacial russa também falharam na tentativa de pousar na Lua. Este resultado mostra o quão arriscadas e desafiadoras são as missões espaciais, mesmo com todo o avanço da tecnologia.
Dessa forma, a primeira tentativa de alunissagem de uma empresa privada americana acabou em decepção, mas ainda assim trouxe “dados valiosos” para futuras tentativas. A Nasa, por sua vez, seguirá ampliando seu alcance no cosmos, contando cada vez mais com os parceiros comerciais para expandir os limites da exploração espacial.