Argentina e FMI fecham acordo de US$ 44 bilhões, com destino a dívidas pendentes e recuperação econômica.

A Argentina chegou a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) na última quarta-feira. De acordo com uma fonte anônima, a equipe do FMI e o país fecharam a sétima revisão do programa de US$ 44 bilhões. O anúncio público do acordo estava agendado para o final do dia, mas sua natureza e os detalhes acordados ainda não haviam sido divulgados.

Wall Street reagiu positivamente ao acordo, impulsionando os títulos de referência em dólar do país com vencimento em 2030, negociados a cerca de 39 centavos de dólar. O acordo prevê o envio de aproximadamente US$ 3,3 bilhões para a Argentina. O governo de Javier Milei planeja utilizar esse valor para quitar dívidas anteriores com o FMI que vencem no final do mês e depois.

É um momento crucial para o presidente Milei, que agora terá tempo para decidir se continuará com o programa atual ou se negociará um novo. A diretoria executiva do FMI precisará aprovar o acordo para que os fundos sejam liberados.

As negociações simbolizam um passo positivo na relação entre a Argentina e o Fundo Monetário Internacional, após anos de tensões exacerbadas. Antes das conversas com o FMI, a equipe de Milei propôs medidas de austeridade rigorosas e implementou uma desvalorização cambial de 54% para tentar superar a forte crise econômica enfrentada pelo país.

No entanto, uma questão que ainda gera controvérsias é a política monetária. As autoridades do FMI defendem que as taxas de juros permaneçam acima da inflação, enquanto o banco central argentino realizou um forte corte nas taxas no mês passado, apesar dos altos níveis inflacionários.

Apesar disso, Milei e o FMI parecem estar em uma fase positiva. A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, elogiou as primeiras medidas adotadas pelo governo argentino, e os principais membros da equipe econômica do presidente já se reuniram com altos funcionários do Tesouro dos EUA. No entanto, o apoio do presidente dos EUA tem consequências severas para a economia argentina, e já existem sinais de resistência do público.

Uma greve geral organizada por sindicatos está programada, e protestos populares estão se tornando rotina, com moradores de Buenos Aires batendo panelas em desafio à campanha de austeridade do presidente. A inflação também continua alta, chegando a mais de 200% em dezembro, conforme estimativas privadas.

Em resumo, o acordo marca um novo capítulo na relação entre a Argentina e o FMI. Agora, o presidente Milei terá que equilibrar as exigências do Fundo Monetário Internacional com a tensão crescente no cenário político interno. A decisão sobre o destino da economia argentina está em suas mãos.

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