Ex-presidente do Suriname Desi Bouterse deve se apresentar na sexta-feira para cumprir pena de 20 anos pelo assassinato de 15 opositores.

O ex-presidente do Suriname, Desi Bouterse, está prestes a cumprir pena pela acusação de assassinato de 15 opositores em 1982. A Promotoria informou que Bouterse e outros quatro corréus deverão se apresentar em um centro de reclusão na sexta-feira para tornar efetiva a sua condenação de 20 anos de prisão. Aos 78 anos, o ex-presidente havia se apresentado em liberdade ao julgamento, mas se ausentou da audiência em dezembro, na qual foi ratificada a sua condenação.

A Promotoria expressou a sua intenção de executar a pena, mas alguns especialistas acreditavam que Bouterse não iria para a prisão, uma vez que ele ainda poderia solicitar um indulto. Ainda em dezembro, milhares de seus apoiadores se reuniram na sede de seu partido para expressar apoio com o lema “Libertem Bouta”, e houve um discurso no qual pediu calma, porém advertiu que “as coisas podem sair do controle”.

Bouterse chefiou uma junta militar em 1982 e foi eleito presidente do Suriname em 2010, cargo que ocupou até 2020. Autor de dois golpes de Estado, o ex-presidente agora enfrentará a execução de sua pena, sendo que a sua ausência da audiência anterior sugere um possível descumprimento da determinação judicial.

A execução da pena de Desi Bouterse é um marco na história do Suriname e representa um avanço na busca por justiça pelas vítimas do massacre de 1982. Após 16 anos de processo, a condenação finalmente será executada, sinalizando um movimento de responsabilização de autoridades e figuras políticas envolvidas em crimes de violação de direitos humanos.

A expectativa gera um clima de tensão no país, uma vez que, apesar do apoio de seus seguidores, a execução da pena representa um revés histórico para Bouterse, que agora precisará enfrentar as consequências dos seus atos. A sociedade surinamesa aguarda com expectativa a apresentação do ex-presidente na instituição penal, que marca um momento crucial na luta pela justiça e pela responsabilização das autoridades pelas violações do passado.

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