A Promotoria expressou a sua intenção de executar a pena, mas alguns especialistas acreditavam que Bouterse não iria para a prisão, uma vez que ele ainda poderia solicitar um indulto. Ainda em dezembro, milhares de seus apoiadores se reuniram na sede de seu partido para expressar apoio com o lema “Libertem Bouta”, e houve um discurso no qual pediu calma, porém advertiu que “as coisas podem sair do controle”.
Bouterse chefiou uma junta militar em 1982 e foi eleito presidente do Suriname em 2010, cargo que ocupou até 2020. Autor de dois golpes de Estado, o ex-presidente agora enfrentará a execução de sua pena, sendo que a sua ausência da audiência anterior sugere um possível descumprimento da determinação judicial.
A execução da pena de Desi Bouterse é um marco na história do Suriname e representa um avanço na busca por justiça pelas vítimas do massacre de 1982. Após 16 anos de processo, a condenação finalmente será executada, sinalizando um movimento de responsabilização de autoridades e figuras políticas envolvidas em crimes de violação de direitos humanos.
A expectativa gera um clima de tensão no país, uma vez que, apesar do apoio de seus seguidores, a execução da pena representa um revés histórico para Bouterse, que agora precisará enfrentar as consequências dos seus atos. A sociedade surinamesa aguarda com expectativa a apresentação do ex-presidente na instituição penal, que marca um momento crucial na luta pela justiça e pela responsabilização das autoridades pelas violações do passado.