O presidente Noboa definiu a situação como “estado de guerra” e declarou o país em “conflito armado interno”. As ruas de Quito estão vazias e parques, como o La Carolina, deixaram de receber os habituais praticantes de esportes. Em Guayaquil, uma cidade portuária, o clima é semelhante, e a população teme a crescente violência, que se intensificou com um ataque inusitado a um canal de televisão. Ação essa que gerou pânico na população.
O presidente do país anunciou uma guerra frontal contra as organizações criminosas e atribuiu status de “beligerante” às quadrilhas, recebendo apoio de vários países, mas nenhum anunciou apoio militar. A situação culminou com a fuga de Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, chefe de uma das principais quadrilhas. Cerca de 20 organizações criminosas estão sendo alvo das forças de segurança, e a população, bem como outros países, está preocupada com a velocidade com que a situação se degrada no Equador.
Em meio a esse cenário de caos, o país se encontra em estado de exceção, com toque de recolher, mão de ferro contra as organizações criminosas e busca intensa a Fito. O Peru declarou estado de emergência em sua fronteira com o Equador, e a Colômbia militarizou a área fronteiriça, para conter a possibilidade de fuga dos líderes criminosos.
Com uma crescente onda de assassinatos e apreensão de drogas sem precedentes, o país atravessa um dos momentos mais críticos da sua história. O presidente Noboa assumiu a presidência há poucos meses com a promessa de combater o tráfico de drogas com mão dura, e enfrenta um cenário de extrema tensão, que mobilizou a comunidade internacional. Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Chile, Venezuela, República Dominicana, Espanha, União Europeia (UE) e a ONU rejeitaram a crescente violência no Equador. França e Rússia, por sua vez, alertaram seus cidadãos para que evitem viajar ao Equador, devido ao clima de insegurança.