Exército israelense reconhece passagem “involuntária” de veículo sobre corpo de palestino em confrontos na Cisjordânia e causa indignação.

O Exército israelense admitiu na quarta-feira que um de seus veículos passou “involuntariamente por cima do corpo de um terrorista” durante confrontos no norte da Cisjordânia ocupada, de acordo com informações da Reuters. O momento foi registrado por câmeras de segurança na cidade de Tulkarm e classificado pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) como “crime brutal”. Os fatos geraram reações de condenação por parte da ANP, que considerou o episódio como reflexo de uma “cultura do ódio e extremismo”, conforme noticiou a agência Anadolu.

O vídeo que surgiu após a invasão do Exército na região mostrou três homens atingidos por disparos feitos pelos militares israelenses. Dois deles caíram no chão e o terceiro correu por uma rua. Em seguida, um veículo passou por cima de um dos atingidos e estancou sobre as pernas do homem. O carro deu ré pelo menos duas vezes sobre o palestino, gerando rastros de sangue próximo aos corpos que estavam no chão. Apesar da confirmação da morte dos homens, as imagens não são conclusivas se o homem baleado já estava morto no momento da ré.

Além disso, as Brigadas Tulkarm, um dos grupos armados ligados ao Fatah, reivindicou um dos palestinos mortos como um de seus membros, de acordo com informações da Reuters. Essa situação acirra ainda mais a tensão já elevada na região, uma vez que a ANP e o Exército israelense têm entrado em confronto mais frequentemente desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, iniciada no dia 7 de outubro. O número de mortes na região subiu para 331, de acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha), sendo pelo menos 322 causadas por forças israelenses.

Além disso, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) começou a ouvir uma acusação movida pela África do Sul contra Israel por suposta violação da Convenção das Nações Unidas sobre Genocídio durante sua operação militar em Gaza, território palestino controlado pelo Hamas desde 2007. Gaza, por sua vez, contabiliza mais de 23 mil mortos desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde, a maioria deles menores e mulheres.

Esses eventos recentes aumentam as preocupações com a escalada da violência entre Israel e a Palestina, agravando ainda mais uma situação já tensa na região. As perspectivas de um acordo diplomático eficaz entre as partes envolvidas parecem cada vez mais distantes, o que aumenta a sensação de insegurança e instabilidade na Cisjordânia.

Portanto, a crise na região se mostra cada vez mais prolongada e complexa, com desdobramentos que atingem de maneira negativa a população civil. É urgente buscar saídas pacíficas para garantir a segurança e a estabilidade na região.

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