A situação preocupante é evidenciada também em São Paulo, onde, após um declínio de 59% em dois anos, houve um aumento significativo em 2023. A operação policial na região de Guarujá e Santos resultou na morte de 28 pessoas em 40 dias, em resposta ao assassinato de um policial militar. A HRW identificou falhas graves na investigação dessas mortes, apontando a qualidade das perícias e a falta de informações como obstáculos para o controle da atividade policial.
A organização destaca a necessidade de uma política nacional para a redução do número de mortes causadas pela polícia, apontando a letalidade como um problema mais concentrado nas polícias estaduais. O diretor da HRW ressalta a importância de diretrizes que abranjam todo o país, como a utilização de câmeras corporais pelos policiais, e enfatiza que a corrupção policial está diretamente ligada à violência, pois agentes abusivos têm o poder de extorquir e abusar da população.
A diretora para as Américas da HRW, Juanita Goebertus, ao comentar a crise de segurança no Equador, defendeu o combate ao crime por meio de investigações. Ela alertou para a necessidade de identificar a corrupção que permite a existência e a expansão de organizações criminosas, destacando a importância de impedir a lavagem de dinheiro e cortar as conexões que fortalecem essas organizações.
Diante desse cenário alarmante, a Agência Brasil buscou um posicionamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo, mas até o momento da publicação deste relato, não obteve resposta. A grave situação da violência policial no Brasil evidencia a urgência de ações efetivas para combater esse problema e proteger a vida dos cidadãos.