O presidente eleito, que é sociólogo, filósofo e ex-diplomata, foi alvo de uma intervenção judicial promovida pelo Ministério Público e acusou a elite político-empresarial de tentar impedir sua ascensão ao poder. No entanto, Arévalo recebeu apoio da comunidade internacional, dos jovens e das comunidades indígenas da Guatemala, que reconhecem nele a oportunidade de encerrar 12 anos de governos de direita, representados pelo atual presidente Alejandro Giammattei.
O legado de Juan José Arévalo, pai do presidente eleito, é uma referência importante para entender a trajetória política de Bernardo Arévalo. Juan José Arévalo foi eleito após a chamada “Revolução de Outubro”, que pôs fim a décadas de ditaduras na Guatemala, e seu governo foi marcado por reformas sociais importantes. No entanto, o mandato democrático foi interrompido em 1954, em um golpe de Estado apoiado pela CIA, encerrando uma década de democracia na Guatemala.
Bernardo Arévalo evoca o legado de seu pai ao prometer seguir o mesmo caminho na luta contra a corrupção, buscando que as instituições trabalhem pelo desenvolvimento social em um país onde a pobreza atinge 60% da população. Sua ascensão ao poder foi impulsionada pelo apoio dos jovens, que o chamam de “tio Bernie” e acompanham suas mensagens e entrevistas coletivas nas redes sociais, como o TikTok.
Além disso, Arévalo é visto como um homem honesto e comprometido com o país, apesar de algumas críticas que o consideram facilmente manipulável. Sua chegada à presidência representa uma guinada na política guatemalteca, trazendo esperança para um país cansado da corrupção e ansioso por uma mudança positiva.
