Bernardo Arévalo: o novo presidente da Guatemala que enfrentou uma perseguição judicial implacável.

A Guatemala está prestes a inaugurar um novo presidente no próximo domingo, dia 14. O escolhido para assumir o cargo é o social-democrata Bernardo Arévalo, de 65 anos. Ele enfrentou uma intensa perseguição judicial que ele atribui à sua promessa de resgatar a frágil democracia guatemalteca da elite corrupta que, segundo ele, se mantém no poder. Arévalo denunciou essa ofensiva como uma tentativa de “golpe de Estado”. Ele será empossado no Teatro Nacional Miguel Ángel Astúrias, apesar de enfrentar um Congresso adverso.

Desde que passou para o segundo turno, em junho, contrariando todas as previsões, Arévalo conseguiu se desviar das tentativas do Ministério Público de suspender sua imunidade e anular o resultado eleitoral. Entretanto, ele ainda enfrenta a suspensão de seu partido, Semilla, e o risco de que seus deputados tenham pouca margem de manobra.

Apesar dos desafios, Arévalo conta com o apoio dos Estados Unidos, União Europeia, países latino-americanos e organizações internacionais. Seu objetivo é substituir o direitista Alejandro Giammattei, e suas propostas têm como foco enfrentar a corrupção e a violência que assolam a Guatemala. Seis em cada dez guatemaltecos vivem na pobreza e a tarefa de Arévalo é encarar esses desafios.

A promessa de Arévalo é fechar a torneira do dinheiro público que enriqueceu as elites do país, enquanto a população sofre com a desnutrição e o alto índice de analfabetismo. Sua estratégia inclui a criação de uma comissão para propor reformas que impeçam o enriquecimento ilícito e o clientelismo político. Há uma grande expectativa por parte da sociedade guatemalteca em relação ao novo presidente, que deverá resgatar instituições cooptadas pelas elites corruptas.

Apesar das adversidades que enfrentou e continuará enfrentando, Arévalo conta com o apoio dos jovens e dos indígenas, historicamente marginalizados no país. A população guatemalteca espera que o novo presidente traga mudanças significativas, mas Arévalo ressalta que a reconstrução da democracia é uma tarefa árdua e gradual, que demandará tempo e esforço.

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