Departamento de Justiça dos Estados Unidos pede a pena de morte para autor de massacre racista em Nova York.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou, nesta sexta-feira (12), que irá pedir a pena de morte para o autor de um massacre racista que custou a vida de dez afro-americanos no estado de Nova York. A intenção de solicitar a pena de morte é inédita para o presidente democrata Joe Biden, que se comprometeu durante sua campanha em 2020 a trabalhar pela abolição da pena de morte a nível federal.

O condenado, Payton Gendron, de 19 anos, um supremacista branco que tinha 18 anos no momento do crime, foi condenado à prisão perpétua em fevereiro de 2023 pelos tribunais do estado de Nova York após se declarar culpado de assassinatos racistas e atos de terrorismo.

Os promotores justificaram a decisão de buscar a pena de morte alegando o caráter intencional e premeditado do assassinato, bem como suas motivações racistas. De acordo com os promotores, “a animosidade de Payton Gendron em relação aos negros desempenhou um papel nos assassinatos”, destacando que ele escolheu o supermercado onde cometeu o massacre “para maximizar o número de vítimas negras”.

Desde o início do mandato de Biden, o Departamento de Justiça solicitou a pena de morte apenas duas vezes, em processos iniciados sob seu antecessor republicano Donald Trump. O secretário de Justiça, Merrick Garland, decretou uma moratória nas execuções federais em maio de 2021.

O massacre ocorreu em maio de 2022, quando Gendron, armado com um rifle semiautomático e uma câmera transmitindo ao vivo na internet, avançou metodicamente pelo estacionamento de um supermercado em Buffalo, atirando em clientes e funcionários, deixando dez mortos e três feridos, quase todos negros.

Segundo documentos judiciais, o jovem havia esboçado seu plano em um “manifesto” racista no qual escreveu que seu objetivo era “matar o maior número possível de negros”.

A decisão de buscar a pena de morte para o autor do massacre racista reascende o debate sobre a pena capital nos Estados Unidos, especialmente diante da postura de Joe Biden em relação à abolição da pena de morte a nível federal. A expectativa é de que esse caso suscite discussões aprofundadas sobre a questão da pena de morte no país.

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