Os Estados Unidos planejam cooperar com o Equador de várias maneiras. Isto inclui a cooperação a nível policial, com a presença de oficiais de alto escalão como o general Laura Richardson e Todd Robinson, do Escritório Internacional de Narcóticos e Aplicação da Lei. Isso é visto como uma oportunidade conveniente para restabelecer cooperação que foi impactada pela expulsão de uma base militar americana pelo ex-presidente Rafael Correa.
O esforço de cooperação focará em combater a infiltração do crime organizado nos portos e aeroportos equatorianos, fortalecer os controles, reformar as prisões para torná-las mais seguras e desenvolver capacidades de investigação. Enquanto isso, o pesquisador Will Freeman destaca a importância de controlar os portos do país, apontando a necessidade de equipamentos e recursos para patrulhar as águas litorâneas e detectar cargas ilegais.
Além disso, foi sugerido criar um organismo internacional anticorrupção que fortaleça o poder judicial, similar à Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG). No entanto, foi alertado sobre os riscos de cooperação internacional inadequada, especialmente considerando as práticas de vigilância do Estado adotadas pela China.
Os Estados Unidos também podem se beneficiar dessa cooperação, especialmente em relação à interceptação de migrantes equatorianos que cruzam ilegalmente a fronteira com o México. Segundo as autoridades americanas, isso já aconteceu mais de 107.000 vezes em 2023, sendo uma questão que ganha ainda mais relevância em ano eleitoral.
Caso nada mude, o Equador corre o risco de se tornar o primeiro narcoestado ativo da América do Sul, alertam especialistas. Com o receio de um “golpe do narcotráfico”, é crucial que medidas efetivas sejam tomadas para combater o avanço do crime organizado no país.