Em dezembro, um tribunal federal de apelações proibiu a patrulha fronteiriça de danificar a cerca de arame farpado instalada pelo Texas perto da cidade de Eagle Pass no Rio Grande, a menos que justifique uma emergência médica. E, apesar do Departamento de Justiça ter recorrido à Suprema Corte para tentar reverter essa decisão, a Guarda Nacional do Texas começou a instalar mais arame farpado.
A acusação é a de que os novos arames, cercas e pontos de acesso bloqueados impedem efetivamente que os agentes da patrulha fronteiriça acessem ou se aproximem da fronteira ao longo deste trecho, que tem cerca de 4 km. Além disso, também reclama-se que os agentes não podem colocar caminhões móveis de vigilância, o que reduz sua visibilidade.
A assessora jurídica da administração Biden, Elizabeth Prelogar, alertou que o Texas tem impedido a patrulha fronteiriça de vigiar a fronteira, tornando mais difícil detectar migrantes que necessitem de assistência.
Essa situação gerou tensão também com o México, que expressou sua preocupação com as declarações feitas pelo governador do Texas, Greg Abbott, que em uma entrevista viral disse: “A única coisa que não estamos fazendo é atirar nas pessoas que cruzam a fronteira porque, claro, o governo Biden nos acusaria de assassinato”. A atitude do Texas foi criticada pelo governo mexicano, que expressou preocupação com qualquer tipo de expressão que incentive atos violentos e a desumanização da comunidade migrante.
Essa questão da imigração tem causado grande tensão e se tornou um assunto político polarizado nos Estados Unidos, especialmente no contexto de campanhas eleitorais. Tanto Greg Abbott quanto ex-presidente Donald Trump defendem a implantação de um muro ao longo da fronteira com o México e a expulsão em massa de migrantes. A tensão entre os dois partidos republicano e democrata no que diz respeito a essa crise migratória promete se manter intensa à medida que as eleições presidenciais de novembro se aproximam.
