Aumento alarmante nos feminicídios na Argentina gera polêmica em torno de reforma das leis de gênero impulsionada pelo presidente de extrema direita.

A Argentina vive um aumento alarmante no número de feminicídios em 2023. De acordo com as últimas estatísticas da Defensoria do Povo da Nação, quase um assassinato por dia está deixando um rastro de cerca de duzentos órfãos, um aumento preocupante em relação aos anos anteriores.

Esse aumento de casos coincide com o debate sobre uma controversa reforma das leis de gênero, que está sendo impulsionada pelo presidente de extrema direita, Javier Milei. Essa reforma acontece após a eliminação do Ministério das Mulheres e Diversidade de Gênero do governo, o que gerou preocupações sobre a prioridade dada à questão.

A violência de gênero tem sido destaque em debates políticos e sociais, com ativistas como Fernanda Tarico, da organização Shalom Bait (Paz no Lar, em hebraico), pedindo por mais investimentos em prevenção e um maior comprometimento do Estado com a questão.

A maioria das vítimas de feminicídio, quase 60%, foram assassinadas em seus lares, locais de trabalho ou em moradias compartilhadas com os agressores. Além disso, em três a cada quatro casos, havia uma relação preexistente entre a vítima e o agressor, detalhou a Defensoria argentina.

Enquanto a sociedade argentina busca respostas para esse cenário alarmante, o governo de Milei propõe mudanças na chamada Lei Micaela, visando restringir as capacitações sobre violência familiar e limitá-las aos órgãos competentes na questão. Essa proposta tem gerado críticas por afetar o sentido original da lei e agravar ainda mais a situação, de acordo com a Fundação Micaela García.

A controvérsia em torno da questão se intensifica, com diferentes atores políticos e sociais apresentando perspectivas e propostas divergentes. O secretário de Infância, Adolescência e Família, Joaquín Torre, argumenta que a Lei Micaela “é nobre, mas não deu resultado”, questionando a eficácia das medidas já implementadas.

Enquanto isso, organizações e ativistas como Fernanda Tarico alertam para a gravidade das mudanças propostas, destacando a necessidade de reconhecimento do problema e de intervenções responsáveis por parte das autoridades. A situação dos feminicídios na Argentina é um tema que deve continuar gerando debates e mobilizações em busca de soluções efetivas para proteger as mulheres no país.

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