Esse aumento de casos coincide com o debate sobre uma controversa reforma das leis de gênero, que está sendo impulsionada pelo presidente de extrema direita, Javier Milei. Essa reforma acontece após a eliminação do Ministério das Mulheres e Diversidade de Gênero do governo, o que gerou preocupações sobre a prioridade dada à questão.
A violência de gênero tem sido destaque em debates políticos e sociais, com ativistas como Fernanda Tarico, da organização Shalom Bait (Paz no Lar, em hebraico), pedindo por mais investimentos em prevenção e um maior comprometimento do Estado com a questão.
A maioria das vítimas de feminicídio, quase 60%, foram assassinadas em seus lares, locais de trabalho ou em moradias compartilhadas com os agressores. Além disso, em três a cada quatro casos, havia uma relação preexistente entre a vítima e o agressor, detalhou a Defensoria argentina.
Enquanto a sociedade argentina busca respostas para esse cenário alarmante, o governo de Milei propõe mudanças na chamada Lei Micaela, visando restringir as capacitações sobre violência familiar e limitá-las aos órgãos competentes na questão. Essa proposta tem gerado críticas por afetar o sentido original da lei e agravar ainda mais a situação, de acordo com a Fundação Micaela García.
A controvérsia em torno da questão se intensifica, com diferentes atores políticos e sociais apresentando perspectivas e propostas divergentes. O secretário de Infância, Adolescência e Família, Joaquín Torre, argumenta que a Lei Micaela “é nobre, mas não deu resultado”, questionando a eficácia das medidas já implementadas.
Enquanto isso, organizações e ativistas como Fernanda Tarico alertam para a gravidade das mudanças propostas, destacando a necessidade de reconhecimento do problema e de intervenções responsáveis por parte das autoridades. A situação dos feminicídios na Argentina é um tema que deve continuar gerando debates e mobilizações em busca de soluções efetivas para proteger as mulheres no país.