Repórter Recife – PE – Brasil

Israel continua bombardeando a Faixa de Gaza, mergulhando a região em uma grave crise humanitária e levando ao temor de um conflito em escala regional.

Israel mantém ofensiva contra Faixa de Gaza no 100º dia de guerra

Neste domingo (14), o governo israelense continua os ataques contra a Faixa de Gaza, completando exatos 100 dias de guerra com o movimento palestino Hamas. A situação tem mergulhado a população local em uma crise humanitária de proporções dramáticas, aumentando ainda mais o temor de um conflito em escala regional.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se mostrou desafiante em relação às acusações de genocídio feitas contra seu país pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça (CIJ), sediada em Haia. Segundo ele, “Ninguém nos deterá, nem Haia, nem o ‘Eixo do Mal’, nem ninguém”.

A guerra teve início em 7 de outubro, quando milicianos do Hamas atacaram o território israelense. Os confrontos resultaram em mais de 1.140 mortes, a maioria delas civis, de acordo com dados israelenses compilados pela AFP. Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns durante o ataque, sendo que apenas 100 delas foram libertadas até o momento.

Em meio à ofensiva israelense, os ministros das Relações Exteriores da China e do Egito solicitaram um cessar-fogo e a criação de um “Estado palestino independente e soberano nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital”. Esta posição foi defendida pelo ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, durante entrevista coletiva com seu homólogo egípcio, Sameh Shoukry, no Cairo.

A retórica de guerra de Netanyahu e os bombardeios intensos aumentaram o número de mortos, principalmente mulheres, adolescentes e crianças, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde do Hamas. A situação se agrava pela grave escassez de alimentos e combustível resultante do bloqueio israelense à Faixa, que foi reforçado pelo conflito.

Além disso, os ataques dos Estados Unidos contra os rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, têm gerado temores de uma possível extensão regional do conflito. O grupo huthi tem intensificado os atos hostis no Mar Vermelho contra navios que consideram vinculados a Israel, o que motivou os Estados Unidos a responder com ataques a instalações rebeldes.

Enquanto isso, na fronteira de Israel com o Líbano, os tiroteios entre o Hezbollah e as forças israelenses têm sido quase diários desde outubro. Na Cisjordânia, ocupada por Israel, a violência também aumentou, com o Exército israelense relatando a prisão por “incitação ao terrorismo” de familiares de líderes do Hamas.

Em suma, a situação em Gaza preocupa autoridades e organizações internacionais, que alertam para um desastre humanitário iminente. A ONU estima que 1,9 milhão de pessoas precisaram abandonar suas casas, gerando uma onda massiva de deslocados. A agência de refugiados da ONU denunciou a morte de milhares de civis, a destruição generalizada e a fome enfrentadas pelas vítimas da guerra.

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