Aliança selada: Boulos terá Marta Suplicy como vice para a eleição municipal em São Paulo, mas enfrenta resistência entre petistas e psolistas.

Guilherme Boulos articula chapa para a eleição municipal em São Paulo com a presença de Marta Suplicy como vice, e tem como desafio aparar as arestas entre petistas e psolistas. Mesmo sendo alvo de resistência por parte de alguns setores da esquerda, a movimentação estratégica para a aliança foi articulada pelo ex-presidente Lula, de quem Marta foi ministra. A expectativa é que a filiação da ex-prefeita ao PT ocorra em um evento nos próximos dias, que deve contar com a presença de Lula.

O líder do diretório nacional do PT, Valter Pomar, tem demonstrado críticas recorrentes sobre a articulação do partido em torno de Marta para a vice de Boulos. Ele expressou sua opinião em um blog dirigindo-se ao deputado Rui Falcão, que defende a volta de Marta e participou das articulações para isso. Por sua vez, o deputado estadual Eduardo Suplicy, ex-marido de Marta, tem defendido a realização de prévias e o nome da vereadora Luna Zarattini para a disputa interna.

Além disso, problemas históricos entre Marta e o PSOL também são pauta. A ex-prefeita, quando estava no PSB, travou embates com a deputada Luiza Erundina em eleições passadas. Erundina se recusou a abandonar a disputa pela prefeitura para apoiar Marta em 2000, e em 2004 se recusou a apoiar o PT no segundo turno da eleição. Em 2016, Marta tentava se reeleger prefeita e Erundina chamou Marta de “traidora do povo” após a adversária se filiar ao partido de Michel Temer.

Boulos demonstrou intenção de “olhar para o futuro” e não para o passado de embates entre a ex-prefeita e o PSOL, enquanto Marta resgatou o “Manifesto Frente Ampla”, lançado em setembro de 2019, reunindo nomes de oposição a Jair Bolsonaro, em referência ao apoio do ex-presidente buscado pelo prefeito Ricardo Nunes. De acordo com a direção dos dois partidos, Marta ajudará a atrair votos na periferia da cidade, sendo uma aposta importante para a chapa encabeçada por Boulos.

A aliança de Boulos com Marta tem a intenção de captar votos em regiões mais pobres de São Paulo, onde a ex-prefeita possui influência. No primeiro turno de 2020, Boulos teve quase o dobro de votos válidos de Marta em 2016, mas ainda assim, ele conquistou menos apoiadores que a ex-ministra em seis zonas eleitorais, todas elas na periferia. A estratégia é que Marta catalise votos nessas regiões, contribuindo para a chapa que busca a prefeitura de São Paulo.

Portanto, a aliança entre Boulos e Marta Suplicy promete ser uma das mais estratégicas das eleições municipais em São Paulo, sendo aguardada com expectativa pelos eleitores e pelos partidos envolvidos.

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