Estratégia de vacinação contra a dengue no Brasil será norteada por reunião técnica entre Ministério da Saúde, Takeda e sociedade civil

A estratégia de vacinação contra a dengue no Brasil, prevista para começar em fevereiro, está sendo discutida em uma reunião técnica entre o Ministério da Saúde, a farmacêutica Takeda e entidades da sociedade civil. O desafio principal é a limitada capacidade de produção do laboratório, somando-se aos dois anos seguidos de recorde de mortes pela doença e à expectativa de até 5 milhões de casos em 2024. Diante desse cenário, o governo federal, estados e municípios buscam criar diferentes estratégias de combate à dengue.

O Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina Qdenga no Sistema Único de Saúde (SUS) no final de dezembro. A proposta da fabricante é imunizar apenas crianças de 4 anos e adultos de 55. Porém, há a possibilidade de que o Ministério inclua mais idades na vacinação, levando em consideração uma orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de outubro.

Em relação à possível distribuição das doses em 2024, estima-se que 5 milhões sejam distribuídas. Contudo, o plano é restringir a campanha aos municípios com transmissão elevada de dengue. No ano passado, os municípios do Sudeste, Sul e Centro-Oeste foram os mais afetados, totalizando mais de 1,6 milhão de casos.

Com o intuito de tentar conter a doença, foram selecionadas seis cidades para receber mosquitos que não transmitem a dengue, considerada uma estratégia conhecida como método Wolbachia. Essas cidades são Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC). Além disso, propõe-se que outros estados elaborem estratégias inovadoras, como o uso de drones em Minas Gerais e a iniciativa multisetorial no Espírito Santo.

Entretanto, os especialistas em saúde alertam que qualquer plano governamental será limitado sem o apoio e a mobilização da população. Ademais, o sistema de saúde deve estar preparado para atender casos mais graves e os recursos devem ser distribuídos de forma mais justa em relação à realidade de cada região. Portanto, o combate à dengue no Brasil envolve não somente a atuação do governo, mas também a colaboração dos cidadãos.

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