Nicolás Maduro afirma ter sido alvo de quatro tentativas de assassinato em 2021, acusando EUA, oposição e traficantes.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, em um discurso que durou mais de cinco horas no Parlamento, denunciou ter sido alvo de quatro tentativas de assassinato no ano passado. De acordo com o mandatário, todas as conspirações foram orquestradas por componentes estrangeiros, vindos de Miami e da Colômbia. Ele acusou os responsáveis de planejarem ataques a uma unidade militar na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela e afirmou que todos os “civis e militares, nacionais e estrangeiros” confessaram e estão detidos, sem fornecer maiores detalhes sobre a quantidade de pessoas envolvidas.

Maduro, que está buscando a reeleição este ano, é alvo constante de denúncias de planos para derrubá-lo e assassiná-lo. No ano passado, um atentado mais claro aconteceu, quando dois drones explodiram próximo a um palco onde o presidente estava durante um ato com militares. Cerca de 17 pessoas foram processadas pelo incidente. O presidente também afirmou que entre os detidos estão “mercenários e militares” de países como Peru, Colômbia, Estados Unidos e Venezuela.

Os presos políticos da Venezuela são frequentemente acusados de traição e conspiração. Em um caso recente, dois americanos, Luke Alexander Denman e Airan Berry, foram condenados a 20 anos de prisão por uma incursão armada fracassada no país em 2020. Eles foram libertados em dezembro passado em uma troca com Washington, que incluiu a prisão de Alex Saab, acusado de ser laranja de Maduro e enfrentando um caso de lavagem nos Estados Unidos.

A denúncia recorrente de tentativas de assassinato de Maduro sempre aponta para os mesmos responsáveis: os Estados Unidos, a oposição ao seu governo e traficantes colombianos. O presidente coloca a culpa no serviço de inteligência dos Estados Unidos, a CIA, o narcotráfico colombiano e a extrema direita, referindo-se à oposição. Essas afirmações mantêm viva a tensão entre o governo venezuelano, liderado por Maduro, e outros países, principalmente os Estados Unidos. A Venezuela vive um momento político delicado, com constantes tensões e denúncias de tentativas de golpe de Estado. Essa situação deverá ser um elemento importante na corrida presidencial que se avizinha para Nicolás Maduro.

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