Equipe internacional de astrônomos descobre buraco negro com 400 milhões de anos em estudo inédito publicado na revista Nature.

Equipe internacional de astrônomos descobre buraco negro com 400 milhões de anos

Uma equipe internacional de astrônomos descobriu um buraco negro que existia quando o universo tinha apenas 400 milhões de anos, segundo um estudo apresentado nesta quarta-feira (17).

Segundo Jan Scholtz, astrofísico do Instituto de Cosmologia Kavli da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a descoberta retrocede “cerca de 200 milhões de anos” no passado o que se sabia sobre a existência de buracos negros até agora.

A existência de um buraco negro no período de juventude do universo, há mais de 13 bilhões de anos, “alimentará uma nova geração de modelos teóricos”, acrescentou Scholtz, coautor do estudo publicado na revista Nature.

O buraco negro detectado era o instrumento mais massivo e remoto já medido, segundo Scholtz, que acrescentou que outras descobertas possíveis graças ao telescópio James Webb revelam a existência de um universo jovem que abrigava objetos muito mais luminosos do que se pensava.

O buraco negro, mas massivo que os já conhecidos em épocas muito antigas, sugere um crescimento mais rápido e precoce do que o de outros buracos negros, segundo Stéphane Charlot, astrofísico do Instituto de Astrofísica de Paris e coautor do estudo.

As hipóteses mais comuns até agora consideram que o universo era muito jovem naquele momento para abrigar um buraco negro tão maciço, aponta o professor Roberto Maiolino, astrofísico em Cambridge e coautor do estudo, citado em um comunicado.

Por isso, “devemos contemplar outros modelos para explicar o seu surgimento”, acrescenta.

Os teóricos anteciparam a ideia de que ele já nasceu “grande”, a partir da explosão de uma estrela supermassiva agonizante ou da concentração rápida de uma nuvem de gás denso, sem passar pela fase de formação de estrelas.

“Pode-se esperar a detecção de outros buracos negros quando acumularmos mais observações profundas de porções mais amplas do céu”, revelou o astrofísico.

Em suma, a descoberta desse buraco negro com 400 milhões de anos vai contra as hipóteses mais comuns sobre a formação desse tipo de objeto em épocas muito remotas, proporcionando novos desafios e possibilidades para os astrônomos e cosmólogos em suas investigações sobre o universo e sua origem.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo