Estados Unidos voltam a incluir rebeldes huthis iemenitas apoiados pelo Irã em lista de grupos “terroristas” por ataques a navios no Mar Vermelho.

Os Estados Unidos anunciaram na última quarta-feira (17) que voltarão a incluir os rebeldes huthis iemenitas em sua lista de grupos “terroristas”. Este anúncio foi feito como resposta aos ataques que os huthis têm realizado contra navios mercantes no Mar Vermelho. Segundo uma autoridade americana, que preferiu manter o anonimato, esta inclusão entrará em vigor dentro de 30 dias, mais especificamente em 16 de fevereiro.

O objetivo da medida foi explicado como sendo uma forma de pressão sobre o grupo rebelde iemenita, visto que os ataques representam uma clara violação do direito internacional, colocando em risco a vida das pessoas e o comércio global, além de ameaçar a entrega de ajuda humanitária. No entanto, a decisão não considerou os huthis como uma “organização terrorista estrangeira”, opção que traria mais sanções e proibiria completamente o comércio, justamente para que a ajuda humanitária ao Iêmen não fosse afetada.

A escalada de tensões entre os Estados Unidos e os huthis foi evidenciada pela destruição, por parte dos EUA, de quatro mísseis huthis no Iêmen na última terça-feira, visto como uma ameaça iminente a navios mercantes e militares. Essa ação representa a terceira operação em menos de uma semana realizada pelos Estados Unidos contra os huthis.

Apesar de tomar tais medidas, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que os EUA não buscam um conflito regional e justificou a decisão tomada anteriormente em 2021, quando os Estados Unidos retiraram os huthis de sua lista de “organizações terroristas”, como forma de resposta à grave crise humanitária no Iêmen.

Com uma população de cerca de 30 milhões de habitantes, o Iêmen enfrenta uma das piores crises humanitárias do mundo, sendo devastado pela guerra interna, com grande parte do território sob controle do grupo rebelde. É importante notar que os huthis consideram-se como parte do “eixo de resistência” contra Israel, que inclui grupos apoiados pelo Irã, como o Hamas e o Hezbollah.

Assim, a reinclusão dos huthis iemenitas na lista de grupos “terroristas” pelos Estados Unidos promete intensificar as tensões e instabilidade na região, ao mesmo tempo que reacende debates sobre as formas adequadas de pressionar grupos rebeldes sem prejudicar a população local e a entrega de ajuda humanitária.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo