O objetivo da medida foi explicado como sendo uma forma de pressão sobre o grupo rebelde iemenita, visto que os ataques representam uma clara violação do direito internacional, colocando em risco a vida das pessoas e o comércio global, além de ameaçar a entrega de ajuda humanitária. No entanto, a decisão não considerou os huthis como uma “organização terrorista estrangeira”, opção que traria mais sanções e proibiria completamente o comércio, justamente para que a ajuda humanitária ao Iêmen não fosse afetada.
A escalada de tensões entre os Estados Unidos e os huthis foi evidenciada pela destruição, por parte dos EUA, de quatro mísseis huthis no Iêmen na última terça-feira, visto como uma ameaça iminente a navios mercantes e militares. Essa ação representa a terceira operação em menos de uma semana realizada pelos Estados Unidos contra os huthis.
Apesar de tomar tais medidas, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que os EUA não buscam um conflito regional e justificou a decisão tomada anteriormente em 2021, quando os Estados Unidos retiraram os huthis de sua lista de “organizações terroristas”, como forma de resposta à grave crise humanitária no Iêmen.
Com uma população de cerca de 30 milhões de habitantes, o Iêmen enfrenta uma das piores crises humanitárias do mundo, sendo devastado pela guerra interna, com grande parte do território sob controle do grupo rebelde. É importante notar que os huthis consideram-se como parte do “eixo de resistência” contra Israel, que inclui grupos apoiados pelo Irã, como o Hamas e o Hezbollah.
Assim, a reinclusão dos huthis iemenitas na lista de grupos “terroristas” pelos Estados Unidos promete intensificar as tensões e instabilidade na região, ao mesmo tempo que reacende debates sobre as formas adequadas de pressionar grupos rebeldes sem prejudicar a população local e a entrega de ajuda humanitária.