A medida foi anunciada pelo delegado de Defesa de Comores, Youssoufa Mohamed Ali, por meio de pronunciamento na televisão. Posteriormente, o decreto foi publicado e oficializou a vigência do toque de recolher. De acordo com as regras estabelecidas, Moroni, a capital, estaria sob toque de recolher entre 19h00 e 06h00, enquanto o restante do território estaria sujeito à medida entre 22h00 e 06h00.
Durante todo o dia, os manifestantes ergueram barricadas com pedaços de asfalto e pedras, e grande parte dos estabelecimentos permaneceu fechada na cidade, que abriga aproximadamente 10.000 habitantes. Além disso, o centro foi isolado por policiais, gendarmes e soldados mobilizados em grande número.
Os manifestantes reivindicam o cancelamento das eleições realizadas no último domingo, nas quais 340.000 eleitores foram convocados para eleger o presidente e os governadores das três ilhas de Comores. A oposição, composta por cinco candidatos rivais de Assoumani, classificou o processo eleitoral como inválido e alegou fraude.
Azali Assoumani, um ex-militar golpista de 65 anos, obteve 62,97% dos votos no primeiro turno, de acordo com resultados provisórios, o que lhe garantiria um terceiro mandato consecutivo, mantendo-se no poder até 2029.
O clima de instabilidade política gerado pelos confrontos e manifestações culminou na implementação do toque de recolher, representando um desafio para as autoridades em restabelecer a ordem e a estabilidade na ilha.
A situação em Comores permanece em constante evolução, e a comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos desse cenário político complexo e delicado. Enquanto isso, a ilha lida com as consequências desse turbulento período pós-eleitoral, em meio a um cenário de tensão e incerteza.
