Marina Silva trouxe exemplos concretos para ilustrar sua afirmação, destacando o impressionante fato de que a Amazônia produz 20 bilhões de toneladas de água por dia. Ela ressaltou que metade dessa água é absorvida pela floresta, enquanto a outra metade é lançada na atmosfera, desempenhando um papel crucial no regime de chuvas que impacta diretamente a economia da América do Sul. A ministra desafiou a imaginação ao questionar se seria possível realizar um investimento tão grandioso quanto o equivalente a 50 mil usinas de Itaipu para bombear essa água constantemente, enfatizando assim o valor incalculável dos serviços ecossistêmicos fornecidos pela natureza.
Ao ser convidada para participar de uma discussão que buscava “botar um preço na natureza”, Marina Silva expressou sua estranheza e sugeriu que seria mais apropriado adotar o termo “valor” em vez de “preço” para o debate. Ela ressaltou que a natureza possui valores que transcendem a capacidade de serem precificados, e que só seria possível estabelecer um preço após compreendermos verdadeiramente o valor da natureza. A ministra enfatizou a importância de manter um olhar constante para a natureza e reconhecer o valor dos serviços ecossistêmicos e dos conhecimentos associados a esses recursos, propondo a ideia de pagamentos para preservar esses serviços para o bem do planeta.
Marina Silva encerrou sua participação destacando o comprometimento do Brasil em colaborar com uma força-tarefa do G-20 para desenvolver estratégias de pagamentos pelos serviços ecossistêmicos, visando a preservação desse patrimônio inestimável. Suas palavras ressoaram como um apelo à consciência global sobre a importância de reconhecer e preservar o valor incalculável da natureza.