Relatório da Defensoria Pública aponta graves violações de direitos humanos na Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo

Relatório impactante da Defensoria Pública de São Paulo expõe uma série de violações de direitos humanos que ocorrem na Penitenciária Feminina da Capital paulista. Entre as denúncias, está o caso chocante de uma presa grávida que deu à luz dentro do vaso sanitário da prisão. A situação foi descoberta após uma visita realizada pela defensoria ao local.

De acordo com as informações contidas no documento, a presa gestante procurou atendimento médico dentro da prisão ao relatar dores abdominais, sendo diagnosticada com pedras nos rins. No entanto, no dia seguinte ao diagnóstico, ela deu à luz a criança dentro do vaso sanitário, causando ferimentos à criança, que precisou ser internada por um período de três meses.

Além desse caso perturbador, o relatório da defensoria relata más condições de higiene na penitenciária, água imprópria para consumo, denúncias de falta de alimentação suficiente e, em alguns casos, comida estragada. Durante a visita dos defensores à prisão, também foi observada a presença de baratas e pernilongos, além de relatos das presas sobre itens de higiene fornecidos de forma insuficiente ou em condições inaceitáveis.

A defensora pública de São Paulo, Camila Galvão Tourinho, ressaltou que, apesar da existência de uma equipe de saúde na unidade prisional, essa equipe não é adequada para lidar com as necessidades específicas de mães e crianças. Ela destacou os obstáculos burocráticos enfrentados pelas presas e seus filhos para receber atendimento médico adequado.

Diante dessas violações preocupantes, a defensoria encaminhou as denúncias à Justiça para que as devidas providências sejam tomadas em relação às condições desumanas enfrentadas pelas detentas e suas crianças.

Em resposta às denúncias, a Secretaria de Administração Penitenciária afirmou que irá investigar as acusações e destacou que a unidade prisional está passando por reformas, incluindo a cozinha, que tem previsão de entrega para março. A secretaria também assegurou que, enquanto as reformas estão em andamento, as presas estão recebendo alimentação de outras unidades.

Quanto ao caso da presa que deu à luz no presídio, a secretaria informou que ela recebeu assistência da equipe de saúde. No entanto, diante da gravidade das denúncias, espera-se que as autoridades competentes investiguem a fundo as violações de direitos humanos que estão sendo reportadas e tomem medidas urgentes para garantir o respeito aos direitos das detentas e de suas crianças na Penitenciária Feminina da Capital.

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