Atleta negro de 14 anos do Vasco da Gama é detido injustamente pela Polícia Militar do Rio de Janeiro

Na última segunda-feira (15), um adolescente negro de 14 anos, atleta da base de remo do Vasco da Gama, foi detido pela Polícia Militar do Rio de Janeiro sob acusação de furto de um telefone celular. O caso veio à tona após a denúncia do próprio clube, que foi procurado pela mãe do atleta e emitiu um posicionamento afirmando que a prisão é injusta.

Os atletas de remo do Vasco treinam na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul da cidade, e o adolescente voltava do treino para sua casa, no Morro do Tuiutí, na zona norte, quando foi retirado do ônibus por policiais militares e levado para a delegacia. De acordo com a nota oficial do clube em suas redes sociais, foi registrado um boletim de ocorrência enquadrando o jovem, que é negro, como ‘adolescente infrator’, acusado de furtar um aparelho de telefone celular. O fato de o jovem se apresentar como atleta do Vasco da Gama e mostrar documento do clube foi desconsiderado, e a autoridade policial não fez contato com o clube.

A situação levou o Vasco a acionar seu departamento jurídico em defesa do atleta, buscando a reparação da injustiça praticada. A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro também foi envolvida no caso após ser procurada pela família do adolescente. O primeiro atendimento está marcado para os próximos dias.

A Polícia Militar confirmou que os policiais detiveram o adolescente na noite da última segunda-feira (15) em resposta a uma ocorrência de furto na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro. Os policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e abordaram quatro menores, entre eles o atleta do Vasco. Com o grupo, os agentes localizaram dois aparelhos de telefone celular, que foram devolvidos às vítimas. No entanto, uma das vítimas que acompanhou a equipe até a unidade policial não reconheceu os adolescentes como os autores do furto.

A Polícia Militar informou que os adolescentes foram conduzidos à 4ª Delegacia de Polícia (Praça da República), onde o fato foi registrado e, posteriormente, todos foram liberados. O comando do 5° BPM instaurou um procedimento apuratório para analisar a conduta dos policiais e ressaltou que a corporação não compactua com qualquer tipo de ato discriminatório cometido por policiais militares. A situação gerou indignação e levantou questionamentos sobre o preconceito racial e a atuação da polícia no Rio de Janeiro, destacando a importância de uma investigação imparcial e justa neste caso.

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