Ativistas ambientais têm feito apelos para proteger os golfinhos, após um aumento das mortes desses mamíferos marinhos na costa atlântica. A medida foi estendida a todos os barcos, independentemente de sua origem, e tem o apoio do governo francês, que prometeu apoiar pescadores e peixarias afetados pela proibição. Inicialmente, a restrição veio do Conselho de Estado, o mais alto tribunal administrativo francês.
Segundo o CIEM, órgão científico que monitora os ecossistemas do Atlântico Norte, cerca de 9.000 golfinhos morrem por ano no Atlântico em frente ao litoral francês, ao ficarem presos nas redes de forma acidental. A proibição afetará cerca de 450 embarcações francesas e representa um impacto significativo para a indústria pesqueira, que se mostra descontente com a medida.
Raymond Millet, um pescador que atua há 40 anos, acredita que é um absurdo parar negócios como esse por um mês. Ele afirma que os barcos de nove a 11 metros de comprimento “não são o tipo de barco que pesca golfinhos”. Franck Lalande, proprietário de dois barcos na cidade de Arcachon, tem medo de que a concessão leve a distúrbios na indústria, e critica o fato de que as compensações financeiras previstas pelas autoridades são insuficientes.
O Comitê Nacional da Pesca (CNPMEM) também critica a decisão, chamando as ONGs de “extremistas” e garantindo que os mamíferos marinhos “não estão em perigo”. As empresas de processamento de pesca calculam que podem perder mais de 60 milhões de euros por causa da proibição.
Diante desse cenário, o governo prometeu apoiar a indústria e ativará medidas de desemprego parcial e ajudas específicas se for necessário. A proibição temporária da pesca comercial no golfo de Biscaia gera polêmica e descontentamento na indústria pesqueira, mas tem o objetivo de proteger os golfinhos e preservar os ecossistemas marinhos. A medida deve ser respeitada pelos pescadores franceses e estrangeiros, e seu impacto econômico será monitorado de perto nos próximos meses.
