Princesa saudita declara que o país não continuará negociações com Israel sem cessar-fogo em Gaza.

A embaixadora saudita nos Estados Unidos declarou nesta quinta-feira que a Arábia Saudita não continuará negociando um acordo para reconhecer o Estado de Israel até que um cessar-fogo seja estabelecido na Faixa de Gaza. Durante uma conferência no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a princesa Reema bint Bandar Al Saud afirmou que a Arábia Saudita deixa claro que a normalização com Israel não está no centro de sua política, mas sim a paz e a prosperidade. Ela ressaltou que enquanto houver violência no terreno e continuarem os massacres, não podem falar sobre o amanhã.

A Arábia Saudita nunca reconheceu Israel nem assinou os Acordos de Abraão de 2020, que foram patrocinados pelos Estados Unidos e resultaram nas relações oficiais entre Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Marrocos e Israel. A administração de Joe Biden pressionou para que a Arábia Saudita desse o mesmo passo, mas a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza dificultou qualquer aproximação nesse sentido.

O ministro saudita das Relações Exteriores, o príncipe Fayçal bin Farhan, também declarou em Davos que Riade continua “aberto” à possibilidade de estabelecer laços com Israel no futuro, mas enfatizou a necessidade de um cessar-fogo e a criação de um Estado palestino.

A princesa Reema reforçou a posição saudita, afirmando que “o sangue-frio deve prevalecer”, e expressou sua profunda preocupação com uma eventual escalada que poderia devolver a região “à idade da pedra”. Ela destacou que há traumas e dor em ambos os lados e pediu um cessar-fogo imediato.

A tensão entre Israel e o Hamas é um dos principais obstáculos para a normalização das relações entre Israel e os países árabes. O movimento islamista palestino lançou um ataque em território israelense em outubro, desencadeando uma retaliação de Israel que resultou em centenas de mortes, a maioria de civis.

Enquanto a Arábia Saudita continua a exigir um cessar-fogo antes de prosseguir com qualquer negociação para normalizar as relações com Israel, a situação precária na região permanece sem solução. A retórica e tensão concomitante entre Israel e os países árabes amplia a incerteza sobre o futuro das relações entre esses estados.

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