Deputados alinhados a Bernardo Arévalo eleitos para mesa diretora do Congresso da Guatemala após revogação judicial.

Deputados aliados de Bernardo Arévalo, novo presidente da Guatemala, são eleitos para integrar mesa diretora do Congresso após votação repetida

Na última sexta-feira (19), deputados vinculados ao novo presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, foram eleitos para integrar a mesa diretora do Congresso, após uma repetição da votação por ordem da mais alta instância judicial do país. Com 115 votos a favor, 21 contra e 23 ausências, os congressistas da legislatura instalada no domingo elegeram o deputado Nery Ramos, do partido de direita Azul, como presidente da mesa, de acordo com a transmissão no canal de televisão do Congresso.

Os demais assentos serão ocupados por deputados de grupos que fizeram aliança com o partido Semilla (Semente), de Arévalo, incluindo legisladores da Unidade Nacional de Esperança que desafiam sua ex-candidata presidencial Sandra Torres, derrotada no segundo turno em agosto.
“Acreditavam que a anulação da mesa diretora iria atrapalhar nossa missão de avançar em uma agenda legislativa a favor do povo da Guatemala, mas só conseguiram nos fortalecer”, disse a deputada Andrea Villagrán, do Semilla, que propôs a chapa única que ficou à frente da mesa.

Ramos, ex-diretor de polícia, substituirá Samuel Pérez, do Semilla, que empossou o novo presidente social-democrata na madrugada de segunda-feira em uma cerimônia atrasada em nove horas devido a discussões no Congresso. A mesa diretora liderada por Pérez foi impugnada na Corte Constitucional por deputados da oposição e organizações de direita, que alegaram que o Congresso anterior declarou os 23 atuais deputados do Semilla como “independentes” por ordem de um juiz que suspendeu o partido por supostas irregularidades em seu registro em 2017. A Corte aprovou o pedido na quarta-feira e ordenou que o Congresso repetisse a eleição, considerando que, ao ficar sem partido, os deputados perderiam direitos legislativos, como integrar a mesa diretora ou presidir comissões.

No entanto, os deputados de Arévalo conseguiram reverter essa decisão e mantiveram a aliança com legisladores de outros partidos para propor e aprovar a mesa desta sexta-feira que dirigirá o Parlamento por um ano. Arévalo, sociólogo de 65 anos, assumiu a presidência após meses de incerteza sobre a posse, devido a uma ofensiva judicial atribuída à sua promessa de combater os corruptos da elite política e econômica.

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