Segundo Haddad, a Receita Federal suspendeu a isenção para rediscutir o benefício com segurança jurídica, devido a dúvidas sobre a legalidade da medida. Ele enfatizou que a suspensão não foi uma revogação, mas sim uma medida para cumprir a lei. A isenção gera uma perda de arrecadação de R$300 milhões por ano para a União.
O coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Silas Câmara, afirmou que o grupo de trabalho irá discutir não apenas o benefício tributário a pastores e líderes evangélicos, mas também outras medidas de interesse do setor religioso. O deputado Marcelo Crivella elogiou a disposição do governo em conversar com os líderes religiosos e disse esperar que o grupo de trabalho tenha um desfecho positivo.
A suspensão da isenção fiscal aos salários de líderes religiosos foi determinada pela Receita Federal, duas semanas antes do início da campanha para as eleições presidenciais. A medida atendia a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), mas o processo ainda está em fase de análise.
Além disso, o então secretário especial da Receita, Julio Cesar Vieira Gomes, que assinou a concessão da isenção, foi exonerado do cargo em junho do ano passado, após se envolver no caso da liberação de joias dadas de presente por governos estrangeiros ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A defesa de Bolsonaro nega qualquer irregularidade.
Portanto, o governo está buscando retomar a discussão sobre a isenção tributária para líderes religiosos, porém, está enfrentando desafios legais e políticos nesse processo. A criação do grupo de trabalho sinaliza a intenção do governo de buscar uma solução que atenda tanto aos interesses financeiros do país quanto aos interesses das lideranças religiosas.