Partido de extrema esquerda Podemos enfrenta grave crise interna perto das eleições europeias, após uma década de fundação.

Podemos, o partido de extrema esquerda fundado há dez anos na Espanha, atravessa um período crítico marcado por divisões internas e maus resultados eleitorais. Esta situação se dá faltando apenas poucos meses para eleições europeias que serão decisivas para o futuro da legenda.

Na quarta-feira (18), a chefe das fileiras do Podemos, Ione Belarra, reconheceu que “os últimos meses não foram fáceis”. Enquanto isso, Juan Carlos Monedero, cofundador do partido, afirmou que estão passando por um momento crítico após uma década bastante intensa.

O Podemos, que tem cinco deputados no Congresso de 350, enfrenta um momento de desafios extremos. O partido, que já havia ocupado uma das vice-presidências do Executivo, atualmente não tem mais ministros no governo do socialista Pedro Sánchez e, recentemente, abandonou o grupo Sumar no Parlamento, travando uma batalha contra Yolanda Díaz.

A desestabilidade política também se reflete nas intenções de voto, já que o partido obteve apenas 2,7% de preferência na última pesquisa do instituto público CIS. Segundo Paloma Román, cientista política da Universidade Complutense de Madri, “o Podemos está perdendo força” e corre o risco de se tornar “um partido irrelevante, sem visibilidade”.

Inicialmente amplamente reconhecido por sua rápida ascensão, o Podemos conquistou cinco assentos nas eleições europeias apenas cinco meses após sua criação e, em 2015, elegeu 69 deputados nas eleições legislativas. No entanto, a partir daí, a popularidade e influência do partido começou a declinar.

Román avalia que o Podemos “cometeu erros”, como a aprovação da lei sobre violência sexual, o que gerou um efeito devastador para a legenda. A cientista política aponta que os líderes do partido “não souberam reconhecer seu erro e recuar”, resultando em deserções e na formação do rival Sumar.

No momento, o futuro do Podemos é incerto, e as próximas eleições europeias podem ser decisivas para o destino do partido. O precedente na Espanha do partido de centro-direita Ciudadanos, que desapareceu do cenário político nas últimas eleições após ter sido a terceira força, deixa um alerta sobre a necessidade do Podemos avaliar e resolver os desafios internos para continuar seguindo no cenário político.

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