Guarda Revolucionária do Irã coloca com sucesso novo satélite de investigação em órbita mais elevada, desafiando oposição do Ocidente.

A Guarda Revolucionária do Irã anunciou no último sábado, dia 20, o lançamento de um novo satélite de investigação. Segundo as autoridades, o equipamento foi colocado em uma órbita mais elevada, marcando um “novo marco” para o programa aeroespacial do país, que tem sido fortemente criticado pelos países do Ocidente.

Os Estados Unidos, como um dos principais opositores ao programa espacial iraniano, emitiram um alerta ao país contra tais lançamentos. Os americanos alegam que a mesma tecnologia de lançamentos em órbitas mais elevadas pode ser usada para mísseis balísticos, incluindo aqueles capazes de lançar uma ogiva nuclear. Outros governos ocidentais têm expressado preocupações semelhantes sobre o programa aeroespacial do Irã.

Por sua vez, a república islâmica afirma que seus lançamentos de satélites e foguetes são apenas para fins civis ou de defesa, negando qualquer ambição de desenvolver capacidades relacionadas ao uso de armas nucleares.

Segundo a agência de notícias iraniana, o Ministro das Telecomunicações, Issa Zarepour, afirmou que o satélite, que pesa cerca de 50 kg, foi colocado em órbita a 750 km acima da Terra. O foguete transportador Ghaem-100, o primeiro lançador de satélites de combustível sólido de três estágios do país, é fabricado pela organização aeroespacial da Guarda Revolucionária.

Apesar de enfrentar diversas falhas no lançamento de satélites no passado, uma empreitada bem-sucedida de seu primeiro satélite militar, o Nour-1, em órbita em abril de 2020, sofreu forte repreensão por parte dos Estados Unidos.

O país tem estado sob duras sanções americanas desde que o governo Trump retirou-se do acordo histórico formalmente conhecido como Plano de Ação Conjunto Abrangente, em 2018. O JCPOA concedia ao Irã um alívio das sanções em troca de restrições às suas atividades nucleares. Desde então, Teerã aumentou cada vez mais seu programa nuclear.

Além disso, o Irã acusou Israel de lançar um ataque aéreo contra Damasco, capital da Síria, neste sábado, que matou o chefe de Inteligência da Guarda Revolucionária iraniana no território sírio e seu vice, bem como dois outros membros do exército ideológico de Teerã e vários soldados do país vizinho. Este bombardeio foi o mais recente sinal de que o Estado persa está se envolvendo cada vez mais profundamente na turbulência regional, à medida que a guerra entre Israel e o Hamas se transforma em um conflito mais amplo no Oriente Médio.

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