Os Estados Unidos, como um dos principais opositores ao programa espacial iraniano, emitiram um alerta ao país contra tais lançamentos. Os americanos alegam que a mesma tecnologia de lançamentos em órbitas mais elevadas pode ser usada para mísseis balísticos, incluindo aqueles capazes de lançar uma ogiva nuclear. Outros governos ocidentais têm expressado preocupações semelhantes sobre o programa aeroespacial do Irã.
Por sua vez, a república islâmica afirma que seus lançamentos de satélites e foguetes são apenas para fins civis ou de defesa, negando qualquer ambição de desenvolver capacidades relacionadas ao uso de armas nucleares.
Segundo a agência de notícias iraniana, o Ministro das Telecomunicações, Issa Zarepour, afirmou que o satélite, que pesa cerca de 50 kg, foi colocado em órbita a 750 km acima da Terra. O foguete transportador Ghaem-100, o primeiro lançador de satélites de combustível sólido de três estágios do país, é fabricado pela organização aeroespacial da Guarda Revolucionária.
Apesar de enfrentar diversas falhas no lançamento de satélites no passado, uma empreitada bem-sucedida de seu primeiro satélite militar, o Nour-1, em órbita em abril de 2020, sofreu forte repreensão por parte dos Estados Unidos.
O país tem estado sob duras sanções americanas desde que o governo Trump retirou-se do acordo histórico formalmente conhecido como Plano de Ação Conjunto Abrangente, em 2018. O JCPOA concedia ao Irã um alívio das sanções em troca de restrições às suas atividades nucleares. Desde então, Teerã aumentou cada vez mais seu programa nuclear.
Além disso, o Irã acusou Israel de lançar um ataque aéreo contra Damasco, capital da Síria, neste sábado, que matou o chefe de Inteligência da Guarda Revolucionária iraniana no território sírio e seu vice, bem como dois outros membros do exército ideológico de Teerã e vários soldados do país vizinho. Este bombardeio foi o mais recente sinal de que o Estado persa está se envolvendo cada vez mais profundamente na turbulência regional, à medida que a guerra entre Israel e o Hamas se transforma em um conflito mais amplo no Oriente Médio.