Israel intensifica operações no sul da Faixa de Gaza, causando divergências com os EUA sobre a criação de um Estado palestino.

Israel concentrou suas operações neste sábado no sul da Faixa de Gaza em uma guerra que está gerando divergências com os Estados Unidos devido à criação de um Estado palestino. Múltiplas testemunhas relataram bombardeios no sul da Faixa, especialmente em Khan Younis, onde as forças israelenses suspeitam que comandos do Hamas estejam escondidos.

Na manhã deste sábado, o Ministério da Saúde do Hamas, que controla Gaza, anunciou que os ataques israelenses causaram pelo menos 90 mortes durante a noite, totalizando 24.762 mortos durante as operações israelenses em Gaza, a maioria mulheres e crianças, e mais de 62 mil feridos.

O conflito começou em 7 de outubro com um ataque sem precedentes contra o território israelense por parte do grupo islâmico Hamas, classificado como “terrorista” pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Militantes do Hamas mataram 1.140 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outras 250, das quais cerca de uma centena foram libertadas durante uma trégua em novembro. Familiares dos reféns ainda mantidos em cativeiro organizaram um protesto em frente à residência privada do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exigindo um acordo que permita a sua libertação.

Além da operação militar, Israel mantém um “cerco total” a Gaza desde 9 de outubro e exerce um bloqueio quase total à entrada de água, alimentos, medicamentos e combustível. A Organização Mundial da Saúde lamentou as “condições de vida desumanas” dos 2,4 milhões de habitantes deste território devastado. Enrico Vallaperta, que retornou de uma missão de várias semanas em Gaza para Médicos Sem Fronteiras (MSF), relata que quase tudo está destruído e superpovoado.

Apesar dos apelos da ONU e de grande parte da comunidade internacional para um cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense disse nesta sexta-feira que a guerra continuará até “a eliminação dos chefes terroristas” e o “regresso dos reféns para casa”.

O conflito em Gaza também agrava as tensões entre Israel e grupos armados na região apoiados pelo Irã, como o Hezbollah libanês e os Houthis iemenitas. Os Estados Unidos bombardearam novamente posições rebeldes Houthi no Iêmen depois de assumirem a responsabilidade por um ataque a um petroleiro americano no Golfo de Aden.

As divergências com os Estados Unidos sobre a criação de um Estado palestino geram tensões, e Biden reafirmou a possibilidade de um Estado palestino. O chefe da diplomacia da União Europeia sustentou que a “solução de dois Estados deve ser imposta de fora para trazer a paz” e acusou Netanyahu de estar “boicotando” esse caminho.

Esse conflito é um dos principais focos de atenção internacional, já que não afeta apenas a região do Oriente Médio, mas também os interesses e a geopolítica de muitos países ao redor do mundo. Devido à sua complexidade e dinâmica, continuaremos a acompanhar de perto os desdobramentos e as implicações dessa guerra para a região e o cenário geopolítico global. A esperança é que haja uma solução pacífica para o conflito em Gaza, que tem devastado a vida de milhares de civis.

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