Especialista dá dicas de como lidar com intolerância religiosa nas escolas no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

Neste dia 21 de janeiro, em que é comemorado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, a Agência Brasil conversou com especialistas para entender como lidar com a intolerância religiosa e como orientar o ensino religioso nas escolas, visando evitar o preconceito e a violência.

Segundo o professor Alex Santana França, da Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia, é fundamental considerar diferentes dimensões, como a questão histórica, social, cultural, legal e ética-cidadã para tratar o tema da religião. Ele destaca que a orientação dada pela maioria das escolas, em conformidade com a legislação, é correta, porém o problema começa na educação e orientação dada dentro das famílias dos alunos, que nem sempre compartilham das mesmas ideias apresentadas pela escola e legislação.

França reforça a importância de conhecer e aplicar as determinações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que orienta o ensino religioso em cada série, desde a educação infantil até o nível médio. A Constituição Federal define que o Brasil é um estado laico, que permite, respeita, protege e trata de forma igual todos os tipos de religiões, ou mesmo quem não professa nenhuma crença.

O professor delimitou cinco dimensões que devem ser observadas na abordagem da diversidade religiosa dentro da sala de aula. A primeira é a questão histórica, que traz informações sobre a formação histórica do Brasil e ajuda a entender por que ainda existe o racismo religioso, culminando na violência sobre determinados segmentos da sociedade. A questão social também é importante, já que a sociedade pode formar e descontruir preconceitos, e a escola desempenha importante papel nesse processo.

Além disso, a questão cultural, que tem relação com a questão histórica e contribui para a formação histórica e cultural do aluno, também deve ser abordada. A questão da cidadania, que defende os direitos de qualquer cidadão brasileiro, garantindo o direito à liberdade de escolha religiosa, e a questão ética, que aborda a devoção de cada indivíduo e respeito ao próximo, são outras dimensões destacadas pelo especialista.

Segundo um levantamento realizado pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante) no fim do ano passado, 34% dos jovens entrevistados já deixaram de frequentar espaços religiosos por não se sentir confortáveis. Isso mostra a importância de se discutir e combater a intolerância religiosa, tanto nas escolas quanto na sociedade como um todo.

Portanto, é fundamental trabalhar nas escolas a diversidade religiosa, promovendo o respeito, a tolerância e o entendimento das diferenças, para assim contribuir para um ambiente escolar mais inclusivo e livre de preconceitos.

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