Segundo informações divulgadas pela FAB, a distribuição das cestas básicas será realizada até o dia 31 de março, utilizando seis aviões, incluindo dois turboélices C-105 Amazonas e quatro aviões C-98 Caravan, além de helicópteros para dar suporte na entrega das cestas. As primeiras 600 cestas já foram recebidas em Roraima, tendo sido entregues pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e transportadas para a base de apoio na área indígena de Surucucu.
Essa iniciativa ocorre após uma mudança de posição do Ministério da Defesa, que, em novembro, havia informado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não era a responsável pela distribuição de cestas aos yanomami. No entanto, a pasta alterou suas diretrizes após uma reunião ministerial em janeiro, e a portaria publicada no último dia mostrou a mudança oficial de posicionamento. O Ministério da Defesa destacou que seu papel é “temporário e episódico” e que a ação decorre em “caráter emergencial”.
Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, expressou que a crise humanitária enfrentada pelo povo yanomami demandará décadas para ser resolvida, mesmo com a saída de 80% dos garimpeiros ilegais da região. A presença de organizações criminosas na área ainda é uma realidade, contribuindo para a continuidade dos desafios enfrentados pelos indígenas, especialmente no que diz respeito à desnutrição.
A ação da FAB é vista como uma medida necessária para garantir o fornecimento de alimentos básicos aos yanomami, atuando de forma a suprir as necessidades imediatas dessas comunidades. Espera-se que essa iniciativa contribua para amenizar a situação de vulnerabilidade em que se encontram os indígenas, demonstrando também a importância da atuação do poder público diante das demandas das populações tradicionais.
