Hamas admite “erros” que resultaram em morte de civis durante ataque em solo israelense e desencadeou guerra na Faixa de Gaza.

O grupo Hamas admitiu, pela primeira vez, a ocorrência de “erros” que resultaram na morte de civis durante seu ataque em solo israelense, desencadeando uma guerra na Faixa de Gaza com mais de 25.000 mortos.

O movimento islamista, que governa Gaza desde 2007, publicou um documento de 16 páginas em inglês e árabe explicando seu ataque a Israel. Neste documento, admitiu que “talvez tenham ocorrido alguns erros durante a operação” devido ao colapso rápido da segurança israelense e do sistema militar, inclusive em áreas fronteiriças com Gaza.

Este ataque ocorreu em 7 de outubro de 2023, quando centenas de combatentes do Hamas invadiram o sul de Israel, deixando mais de 1.140 mortos, a maioria civis. Em resposta às agressões do Hamas, Israel iniciou uma ofensiva aérea e terrestre em Gaza, resultando em 25.105 mortes, a maioria delas mulheres e crianças.

O movimento islamista pedia a cessação imediata da agressão israelense, enquanto o governo de Israel rejeitava qualquer interrupção dos combates sem a libertação dos cerca de 132 reféns que ainda estão em território palestino.

Familiares dos reféns manifestaram-se para exigir a libertação de seus entes queridos perto da residência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém. No entanto, Netanyahu afirmou em vídeo que rejeitou as condições exigidas pelo Hamas para libertar os reféns, alegando que eram “o fim da guerra, a retirada das nossas forças de Gaza, a libertação de todos os assassinos e estupradores”.

O Hamas também rejeitou todo projeto internacional ou israelense destinado a decidir o futuro da Faixa de Gaza. Além disso, a violência entre Israel e o chamado “eixo da resistência”, liderado pelo Irã, reúne movimentos armados como o Hamas, o Hezbollah libanês e os rebeldes huthis do Iêmen.

A situação trouxe tensão não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia e na fronteira entre o território israelense e o Líbano, resultando em centenas de mortes e a necessidade de ajuda humanitária. A ONU afirmou que 85% dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram obrigados a se deslocar em meio a um cerco ferrenho que impede a chegada de comida, água, medicamentos e combustível.

A guerra resultou em um cenário desolador, com dezenas de deslocados aguardando pela distribuição de água em Rafah, em meio à rejeição do Hamas em relação ao avanço para aumentar a ajuda a Gaza. Por outro lado, o Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelense que coordena as atividades civis do Exército nos territórios ocupados, indicou que 260 caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza, representando o maior número desde o início da guerra.

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