Rússia será questionada na ONU sobre a transferência forcada de crianças ucranianas para seu território.

As tensões entre Rússia e Ucrânia ganham mais um capítulo nesta segunda-feira (22), com Moscou tendo que prestar explicações na ONU sobre a suposta transferência forçada de milhares de crianças ucranianas para a Rússia desde o início da invasão em fevereiro de 2022. O caso está sendo analisado pelo Comitê dos Direitos da Criança, composto por 18 especialistas independentes.

Em março passado, a transferência de crianças ucranianas gerou polêmica e levou o presidente Vladimir Putin e a comissária russa para a Infância, Maria Lvova-Belova, a receberem um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) por suposta “deportação ilegal” de menores. Em resposta, Moscou considerou essa iniciativa como “nula”.

O Comitê dos Direitos da Criança, durante a revisão regular do caso, enviou à Rússia uma lista de preocupações sobre o paradeiro das crianças, solicitando informações sobre as medidas tomadas para proteger o direito dessas crianças de preservarem sua identidade, incluindo sua nacionalidade. Autoridades ucranianas estimam que cerca de 20.000 crianças tenham sido levadas à força para a Rússia, sendo que apenas 400 foram repatriadas até o momento.

A Rússia afirma que seu objetivo foi proteger esses menores dos combates e que a realocação das crianças evacuadas aconteceu “a seu pedido e com o seu consentimento”. No entanto, o país não especificou o número total de crianças transferidas. A resposta oficial de Moscou também indicou que, de acordo com estatísticas do Ministério do Interior, quase 47.000 crianças ucranianas adquiriram a nacionalidade russa entre 2022 e meados do ano passado.

A análise do caso terá início às três da tarde, horário de Genebra (11h em Brasília). É importante destacar que a Rússia terá a oportunidade de se explicar diante do Comitê dos Direitos da Criança, mas a comunidade internacional está atenta ao desdobramento desse conflito e à situação das crianças envolvidas. O mundo espera respostas claras e soluções justas para a proteção dos direitos dessas crianças ucranianas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo