O Ministério do Interior iraquiano e uma fonte do grupo paramilitar Hashd haviam dito à AFP que havia dois mortos e dois feridos. A região de al-Qaim, na fronteira com a Síria, também foi bombardeada, registrando um morto e vários feridos, segundo um comunicado do Hashd al-Shaabi, que atualmente integra as forças de segurança iraquianas. O general Yehia Rasul, porta-voz do primeiro-ministro, afirmou que o ato inaceitável mina anos de cooperação e leva a uma escalada irresponsável, justamente quando a região corre o risco de uma ampliação do conflito.
Em resposta, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, confirmou que Washington realizou “bombardeios necessários e proporcionais” contra “três instalações utilizadas pelas Brigadas do Hezbollah”, além de outros grupos afiliados ao Irã no Iraque. Os bombardeios foram uma resposta direta a uma série de ataques lançados por “milícias apoiadas pelo Irã” contra os militares dos EUA e as tropas da coalizão antijihadista internacional no Iraque e na Síria.
O Comando Militar dos EUA no Oriente Médio (Centcom) afirmou que os bombardeios tiveram como alvo locais e armazéns utilizados pelas Brigadas do Hezbollah, além de bases de treinamento de “foguetes, mísseis e drones”. O secretário de Defesa Lloyd enfatizou que os Estados Unidos estão “totalmente prontos para tomar medidas adicionais para proteger” seu pessoal.
Desde meados de outubro, mais de 150 ataques com drones ou foguetes tiveram como alvo soldados americanos e da coalizão internacional no Iraque e na Síria para combater o grupo Estado Islâmico (EI). Esses ataques foram reivindicados pela “Resistência Islâmica no Iraque”, um grupo de combatentes pró-Irã. A situação obriga o primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al-Sudani, a manter um equilíbrio delicado, já que ele foi levado ao poder por uma coalizão de partidos pró-Irã e tenta também preservar os laços estratégicos entre Bagdá e Washington.
No entanto, apesar dos ataques e das tensões, os Estados Unidos mantêm 2.500 soldados no Iraque e 900 na Síria, no âmbito da coalizão internacional antijihadista, criada em 2014 para combater o EI. Diante de um cenário de conflito incerto e hostilidades crescentes, o futuro do relacionamento entre EUA e Iraque permanece incerto, com desafios e dilemas políticos complexos que podem moldar a dinâmica de toda a região do Oriente Médio.