Boris Nadezhdin, pré-candidato russo que se opõe a Putin, espera que eleições marquem “o início do fim” da era Putin.

Na tarde desta quarta-feira, o único pré-candidato à eleição presidencial russa que se opõe ao conflito na Ucrânia, Boris Nadezhdin, concedeu uma entrevista à AFP em sua residência nos arredores de Moscou. Na ocasião, Nadezhdin expressou a esperança de que o pleito marcasse “o início do fim” da era de Vladimir Putin. O político de 60 anos, vereador da cidade de Dolgoprudny, 20 km distante da capital russa, afirmou que encontra dificuldades em bater Putin, uma vez que o presidente está no poder desde o ano 2000.

Segundo Nadezhdin, cerca de 120.000 russos assinaram uma petição em apoio à sua candidatura, número necessário para que ele possa se registrar para as eleições que ocorrem entre os dias 15 e 17 de março. Em relação às eleições, o político tem como prazo até 31 de janeiro para entregar, no mínimo, 100.000 assinaturas à Comissão Eleitoral. Caso as listas estejam erradas ou sejam falsificadas, a candidatura pode ser rejeitada.

O pré-candidato destaca que é “o único candidato ainda na disputa que critica sistematicamente a política do presidente Putin e que é favorável ao fim da operação militar especial”, eufemismo para se referir à ofensiva na Ucrânia, uma vez que os termos “guerra” e “invasão” podem acarretar penas de prisão. Nadezhdin assegura que, se eleito presidente, interromperá o conflito, negociará uma solução com Kiev e com os países ocidentais, acabará com a “militarização” da Rússia e libertará “todos os presos políticos”.

Ao analisar as dificuldades de concorrer com Putin, o pré-candidato reconhece a força do atual presidente, bem como o apoio de um número significativo de russos que nunca viram outro líder na televisão além de Putin. Diante desses desafios, Nadezhdin mantém o otimismo e a determinação em sua luta pelas mudanças políticas na Rússia.

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