Como resposta a essa problemática, o geneticista anunciou o planejamento de uma rede de monitoramento ativo no Ártico que terá a capacidade de detectar rapidamente os primeiros casos de doenças causadas pelos microrganismos. Além disso, a iniciativa proporcionaria quarentena e tratamento médico especializado aos pacientes, numa tentativa de conter qualquer chance de um surto no momento em que as pessoas deixassem a região. O desenvolvimento dessas doenças pode afetar negativamente o mundo, uma vez que grande parte das análises e prevenções somente são realizadas nas regiões Sul e depois espalham-se para o Norte.
A criação da rede de monitoramento do Ártico está sendo realizada em parceria com a UArctic, que também entende que é importante controlar o possível surto de doenças causadas pelos vírus congelados. Outro especialista, o virologista Marion Koopmans, do Centro Médico Erasmus, em Roterdã, na Holanda, também disse à reportagem acreditar haver um “risco real” de que os vírus escapem do permafrost e causem doenças.
A preocupação se justifica pois locais como o permafrost cobre um quinto do Hemisfério Norte e é formado por solo que foi mantido a temperaturas abaixo de zero durante longos períodos, com algumas congeladas há centenas de milhares de anos. Portanto, é provável que o permafrost antigo (eventualmente com muito mais de 50 mil anos) libere esses vírus desconhecidos após o descongelamento.
Apesar de estudos anteriores terem mostrado que é possível explorar ainda o solo para buscar mais material biológico e realizar a busca por patógenos que ainda poderão ser congelados, a preocupação com o avanço industrial na região é crescente. Grandes operações de mineração estão planejadas e podem liberar grandes quantidades de patógenos que ainda prosperam ali.
Portanto, o planeta enfrenta uma nova ameaça proveniente da Sibéria e o acompanhamento dessa situação é essencial para evitar impactos graves na saúde mundial.