Segundo o advogado responsável pelo caso, o rapaz foi mantido com os pés e as mãos amarrados por mais de três horas, o que remete a uma prática degradante, assemelhada aos tempos da escravatura. O advogado também destacou que as agressões contra o rapaz começaram após sua recusa em sentar-se.
Imagens das câmeras corporais dos policiais militares e do sistema de segurança de um prédio revelam que o então suspeito já estava algemado quando foi amarrado por cordas, o que denota uma ação arbitrária por parte dos agentes. A defesa do rapaz ressaltou que não houve qualquer agressão por parte dele que justificasse a conduta dos policiais.
A diretora executiva do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) avaliou a ação indenizatória como pertinente, argumentando que é indiscutível que houve dano moral e abuso por parte do estado. Ela também ressaltou a necessidade de uma abordagem policial que respeite a dignidade da pessoa humana, em conformidade com a Constituição Federal.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que os policiais envolvidos na ocorrência retornaram às atividades de policiamento ostensivo após terem passado por avaliação psicológica. No entanto, o órgão não se manifestou sobre a ação protocolada na Justiça.
Em junho do ano passado, o rapaz foi amarrado durante uma abordagem que resultou em sua prisão por furto. Apesar de ter admitido o crime, ele está atualmente em liberdade provisória. O caso ainda está em andamento na Justiça.
A situação gerou indignação por parte de entidades de direitos humanos, que compararam as imagens ao período da escravização e barbárie, demonstrando a gravidade da conduta dos policiais. A partir desse caso, a discussão sobre os limites das abordagens policiais e a necessidade de um policiamento mais respeitoso e menos agressivo ganhou ainda mais relevância.