Greve geral contra ajuste fiscal e reformas de Milei enfrenta presidente argentino

O presidente argentino, Javier Milei, encara seu primeiro grande desafio em seu novo mandato, apenas 45 dias após assumir o cargo. Nesta quarta-feira (24), o país enfrenta uma greve geral em repúdio às drásticas medidas de ajuste fiscal e mudanças no regime trabalhista implementadas pelo governo.

A principal central sindical da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), juntamente com a segunda maior, a Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA), convocou manifestações em todo o país. Além disso, as mundialmente famosas organizações Mães e Avós da Praça de Maio, sindicatos e entidades de direitos humanos também aderiram à greve, em um movimento que reflete a insatisfação generalizada com as políticas do governo de Milei.

O presidente tem sido alvo de duras críticas por conta do seu mega Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que introduziu mudanças significativas na legislação trabalhista do país. Entre as medidas mais controversas, está a imposição de coberturas mínimas de 75% em serviços essenciais como educação, transporte e alimentação, além da restrição do direito à greve e a redução de indenizações por demissão. As entidades sindicais argumentam que tais medidas ameaçam a vida, os direitos e a liberdade dos trabalhadores argentinos.

O impacto das medidas do governo é visível na economia do país, com uma inflação anual recorde de 211% e queda no consumo e na produção industrial. Além disso, a desvalorização da moeda local e a liberação dos preços dos combustíveis afetaram significativamente o poder de compra da população.

Apesar disso, o presidente mantém um índice de aprovação entre 47% e 55%, segundo pesquisas recentes. As manifestações desta quarta-feira irão mostrar a divisão do país em relação ao governo de Milei. A greve durará 12 horas e está prevista uma marcha da sede da CGT até o Congresso Nacional.

A mobilização contou com o apoio de organizações cidadãs e sindicais de diversos países, refletindo a atenção internacional para o cenário político e social da Argentina. Correntes de oposição ao governo cumprirão o papel de exigir a manutenção de direitos e o respeito às liberdades fundamentais, enquanto Milei tem o desafio de conciliar as políticas econômicas rígidas com as demandas da população.

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