Laudo confirma origem da bala que matou indígena pataxó hã-hã-hãe em conflito na Bahia

Na última terça-feira, peritos baianos confirmaram que o projétil que matou uma indígena pataxó hã-hã-hãe no sul da Bahia partiu da arma apreendida com um dos dois homens presos em flagrante. No domingo, moradores da região atacaram os indígenas que ocupavam uma fazenda em Potiraguá, a cerca de 200 quilômetros de Porto Seguro. Segundo o diretor regional da Polícia Civil, delegado Roberto Júnior, o laudo de microcomparação balística foi entregue à Polícia Civil e anexado ao inquérito que apura o caso. Por uma questão de competência, o inquérito será encaminhado à Polícia Federal, responsável por reprimir e prevenir crimes contra comunidades indígenas.

O delegado explicou que as armas apreendidas foram vistoriadas e constatou-se que haviam sido disparadas. A microcomparação balística do projétil extraído do corpo da vítima foi confrontada com as duas armas apreendidas, e o exame pericial deu positivo, confirmando a autoria do crime. De acordo com o delegado, os dois homens conduzidos foram autuados em flagrante devido às evidências suficientes de autoria.

O ataque ocorreu após uma convocação para que ruralistas e comerciantes retomassem, por meio da força, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no sábado. Uma mulher indígena teve um braço quebrado durante o confronto, e o irmão da vítima teve que ser submetido a uma cirurgia após ser atingido por um disparo de arma de fogo. Outros indígenas também foram feridos, assim como um não indígena que foi flechado.

A Polícia Militar deteve os dois homens suspeitos de participar do ataque, ambos portando revólveres, carregadores e munições. Um dos suspeitos detidos é um policial militar reformado, enquanto o outro é filho de um fazendeiro da região. O delegado Roberto Júnior afirmou que as investigações esclareceram o homicídio da indígena Maria de Fátima Muniz, também conhecida como Nega Pataxó.

Com base nos laudos periciais, a polícia acredita ter elucidado o homicídio da indígena pataxó hã-hã-hãe, que gerou indignação e condenação de entidades e autoridades em todo o país. Ainda há questões a serem esclarecidas, mas a confirmação da autoria do disparo representa um avanço nas investigações, trazendo esperança por justiça para a comunidade indígena.

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