Suprema Corte dos EUA nega impedimento e autoriza execução com gás nitrogênio no Alabama; especialistas apontam riscos e ONU pede suspensão

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta quarta-feira, 24, negar o impedimento da execução de Kenneth Eugene Smith com gás nitrogênio, voltando atrás em uma decisão que poderia postergar a execução. O método de execução inédito no Alabama foi permitido para compensar uma escassez de medicamentos usados nas injeções letais, que ocorreu em 2018.

Condenado à morte pelo assassinato encomendado da mulher de um pastor em 1988, Kenneth Eugene Smith será o primeiro a enfrentar a execução com gás nitrogênio no Alabama. A execução foi marcada para a próxima quinta-feira. Após sobreviver à tentativa de injeção letal em novembro de 2022, ele será submetido a inalação de nitrogênio, o que provoca a morte por hipóxia, ou seja, falta de oxigênio.

Autoridades locais afirmam que o método, embora nunca tenha sido testado, deixará o condenado inconsciente em pouco tempo. No entanto, especialistas da área médica e ativistas de direitos humanos alertam que o método pode causar convulsões, deixar Smith em estado vegetativo ou até mesmo arriscar a vida do conselheiro espiritual do detento. Este deve acompanhá-lo na sala de execução em caso de vazamento do gás no recinto.

Kenny não teme a morte, mas a forma de execução é o que o preocupa ainda mais, segundo seu conselheiro espiritual. Em uma entrevista à rede britânica, o condenado declarou que tem sido submetido a tortura em sua prisão. Ele descreveu sintomas de náusea constante, ataques de pânico e perda de peso, descrevendo sua situação como tortura.

As Nações Unidas expressaram alarme com a iminente execução de Smith utilizando um método novo e não testado. A ONU pediu às autoridades do Alabama que suspendessem a execução, alegando que o método poderia constituir tortura ou outros tratamentos cruéis e degradantes, segundo o direito internacional.

O caso remonta a 1988, quando Kenneth foi condenado por um assassinato encomendado. Os promotores alegaram que ele recebeu dinheiro para matar a esposa de um pastor que tinha um caso extraconjugal e estava em dificuldades financeiras. Além disso, Billy Gray Williams, um terceiro envolvido, foi condenado à prisão perpétua por participação no crime. A vítima, Elizabeth, foi encontrada morta na casa que dividia com o marido no condado de Colbert.

A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de permitir a execução de Kenneth Eugene Smith levantou questões sobre os métodos de execução utilizados pelos estados, bem como sobre o respeito aos direitos humanos. A implementação de novos métodos de execução e a resposta internacional ao caso indicam a complexidade e sensibilidade das questões relacionadas à pena de morte.

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