Tragédia total: relembrando o colapso de Brumadinho, 5 anos depois da onda de lama que devastou Minas Gerais

No dia 25 de janeiro de 2019, Nathália de Oliveira fazia uma pausa durante seu estágio na Vale quando presenciou o desastre que abalou a cidade de Brumadinho. Ela estava do lado de fora dos prédios administrativos da mina de minério de ferro quando percebeu uma nuvem de pássaros no céu e sentiu o chão tremer. No momento em que se virou, viu um tsunami de lama se aproximando.

Essa terrível tragédia resultou na morte de pelo menos 270 pessoas, incluindo Nathália, cujo corpo nunca foi encontrado. Cinco anos depois, os socorristas ainda buscam pelo corpo dela e de outras duas pessoas desaparecidas. Familiares e amigos continuam angustiados com a ausência de respostas sobre o paradeiro de seus entes queridos.

O desastre de Brumadinho foi mais devastador em termos humanos do que o colapso da barragem da mina de Mariana em 2015. A inundação causada pelo rompimento da barragem na mina Córrego do Feijão cobriu uma área do tamanho de 270 campos de futebol, despejando “rejeitos”, a lama de sedimentos que resta após a separação do minério de ferro. Os sobreviventes descreveram cenas horríveis enquanto a onda de lama se espalhava, tingindo o rio Paraopeba de marrom turvo.

A maior parte da população dos bairros próximos à mina de Brumadinho aceitou indenizações da Vale para se mudar, mas há quem permaneça na região processando a empresa. Moradores dos 26 condados afetados afirmam que a lama tornou o rio impróprio para beber ou pescar. Além disso, um estudo de 2020 encontrou níveis inseguros de metais pesados como ferro e urânio.

Em meio a esse cenário de desolação, a Vale aceitou pagar quase 38 bilhões de reais em danos, incluindo trabalhos de limpeza ambiental. A empresa também alcançou acordos individuais para pagar outros 3,5 bilhões de reais às famílias das vítimas e outros atingidos. Além disso, a Justiça Federal de Minas Gerais tornou o ex-CEO da Vale, Fábio Schvartsman, e outras 15 pessoas réus por crimes relacionados ao rompimento da barragem.

Apesar dessas responsabilizações, familiares das vítimas ainda aguardam por justiça, citando que “ninguém pagou por aquilo que eles fizeram”. A tragédia de Brumadinho permanece como um triste capítulo na história do Brasil, repleto de sofrimento e inúmeras perguntas sem respostas.

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