Essa terrível tragédia resultou na morte de pelo menos 270 pessoas, incluindo Nathália, cujo corpo nunca foi encontrado. Cinco anos depois, os socorristas ainda buscam pelo corpo dela e de outras duas pessoas desaparecidas. Familiares e amigos continuam angustiados com a ausência de respostas sobre o paradeiro de seus entes queridos.
O desastre de Brumadinho foi mais devastador em termos humanos do que o colapso da barragem da mina de Mariana em 2015. A inundação causada pelo rompimento da barragem na mina Córrego do Feijão cobriu uma área do tamanho de 270 campos de futebol, despejando “rejeitos”, a lama de sedimentos que resta após a separação do minério de ferro. Os sobreviventes descreveram cenas horríveis enquanto a onda de lama se espalhava, tingindo o rio Paraopeba de marrom turvo.
A maior parte da população dos bairros próximos à mina de Brumadinho aceitou indenizações da Vale para se mudar, mas há quem permaneça na região processando a empresa. Moradores dos 26 condados afetados afirmam que a lama tornou o rio impróprio para beber ou pescar. Além disso, um estudo de 2020 encontrou níveis inseguros de metais pesados como ferro e urânio.
Em meio a esse cenário de desolação, a Vale aceitou pagar quase 38 bilhões de reais em danos, incluindo trabalhos de limpeza ambiental. A empresa também alcançou acordos individuais para pagar outros 3,5 bilhões de reais às famílias das vítimas e outros atingidos. Além disso, a Justiça Federal de Minas Gerais tornou o ex-CEO da Vale, Fábio Schvartsman, e outras 15 pessoas réus por crimes relacionados ao rompimento da barragem.
Apesar dessas responsabilizações, familiares das vítimas ainda aguardam por justiça, citando que “ninguém pagou por aquilo que eles fizeram”. A tragédia de Brumadinho permanece como um triste capítulo na história do Brasil, repleto de sofrimento e inúmeras perguntas sem respostas.