O cardeal canadense Gérald Lacroix, arcebispo de Quebec e conselheiro próximo do papa Francisco, é alvo de acusações de agressão sexual a uma adolescente nos anos 1980. No entanto, o religioso negou “categoricamente” as acusações e, apesar disso, anunciou seu afastamento temporário de suas atividades. As acusações remontam a 1987 e 1988, quando a demandante tinha 17 anos, e fazem parte de uma ação coletiva contra mais de cem sacerdotes na arquidiocese.
Lacroix, que atua como arcebispo de Quebec desde 2011 e foi nomeado cardeal em 2014, tem também atuado no Conselho de Cardeais Assessores do papa. No entanto, a arquidiocese de Quebec informou que ele se afastará temporariamente de suas atividades até que a situação seja esclarecida. Mesmo negando veementemente as acusações, o cardeal decidiu afastar-se para lidar com o caso.
A ação legal movida contra Lacroix é uma atualização de um processo iniciado em 2022 e inclui depoimentos de 147 pessoas que afirmam ter sido vítimas de agressão sexual por mais de 100 sacerdotes na arquidiocese. A igreja Católica tem enfrentado uma série de escândalos de abuso sexual nas últimas décadas, e o papa Francisco tem se empenhado em implementar medidas de “tolerância zero” contra tais crimes.
A criação de uma comissão sobre os abusos sexuais de menores por parte do clero foi uma das ações do pontífice para lidar com essas questões. Além disso, ativistas dos direitos das vítimas têm demandado uma maior prestação de contas por parte da igreja, que ainda mantém o sigilo de confissão como privado.
Vale ressaltar que todos os cardeais com menos de 80 anos participam do conclave responsável por eleger um novo papa. Este caso representa mais um episódio em meio ao esforço da igreja Católica para lidar com os escândalos de abuso sexual e restaurar a confiança de seus fiéis.
