Casa de Saúde Indígena em Roraima abriga hospital de campanha para atender gravidade em aldeias yanomami rumo à desintrusão desativada.

No estado de Roraima, na região da Terra Indígena (TI) Yanomami, estão localizadas aldeias que ficam a cerca de uma hora e meia de voo de Boa Vista, como é o caso da região de Surucucu. Muitos yanomami se reúnem na Casa de Saúde Indígena (Casai) em busca de atendimento médico, e na porta do local, as crianças brincam com uma mangueira de água, aliviando o calor e possivelmente tentando esquecer a distância que as separa de casa.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelam que cerca de 27 mil indígenas vivem na TI Yanomami, que é o maior território indígena do Brasil e um dos maiores do mundo, com uma área de 9.664.975 hectares de floresta tropical. Além disso, a região enfrenta problemas relacionados ao garimpo ilegal.

Segundo estimativas do governo federal, mais de 20 mil garimpeiros estavam atuando na área no ano passado. Apesar disso, houve uma queda significativa no garimpo em território yanomami, chegando a superar a marca de 90%. No entanto, ainda há urgência na necessidade de combate permanente ao garimpo.

O Ministério Público Federal ajuizou ação cobrando uma atuação mais perene por parte do governo federal na TI Yanomami, e o procurador federal Alisson Marugal observa que os indígenas yanomami cobram participação nas decisões sobre o planejamento de segurança, o combate ao garimpo ilegal e as formas permanentes de atendimento de saúde nas comunidades.

Recentemente, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) destacou a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de abrir crédito extraordinário de R$1,2 bilhão para uma nova etapa da operação de retirada de invasores da Terra Indígena Yanomami, visando a criação de soluções permanentes para a crise.

Além disso, o governo federal investiu mais de R$ 220 milhões para reestruturar o acesso à saúde dos indígenas da região, e sete polos-base, que estavam fechados por ações criminosas de garimpeiros, foram reabertos. Também foram recuperadas 307 crianças diagnosticadas com desnutrição. O Ministério da Saúde continuará trabalhando em conjunto com as forças de segurança pública para garantir o acesso aos locais onde há insegurança.

Diante do cenário, é evidente que o impasse envolvendo o garimpo, a saúde dos indígenas e a preservação da TI Yanomami continuam sendo temas urgentes e que demandam atenção permanente por parte das autoridades. A atuação articulada de diversos órgãos federais e os investimentos em saúde são passos importantes, porém espera-se soluções efetivas e duradouras para garantir o bem-estar e a preservação do território yanomami.

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