EUA realizam primeira execução por asfixia com gás nitrogênio, em momento de declínio na popularidade da pena de morte.

A execução de Kenneth Smith, realizada nesta quinta-feira no Alabama, marcou a primeira morte nos Estados Unidos por asfixia com gás nitrogênio. Esse método polêmico surgiu como alternativa após problemas técnicos com as injeções letais e tem sido alvo de críticas por especialistas. O país enfrenta um declínio na popularidade da pena de morte, como aponta um relatório do Centro de Informações sobre a Pena de Morte (DPIC). Apenas cinco estados realizaram execuções e sete emitiram novas sentenças de morte em 2023, o menor número em duas décadas. Além disso, mais americanos têm expressado opiniões contrárias à pena de morte, conforme apontou uma pesquisa Gallup.

A questão das execuções nos Estados Unidos vem gerando debate, especialmente devido ao levantamento do DPIC que apontou que muitos condenados à morte sofriam de “vulnerabilidades significativas”. Essas condições, como doença mental, deficiência intelectual, traumas de infância, negligência ou abuso, podem influenciar nas sentenças de morte, segundo o documento.

O método de execução por gás nitrogênio teve sua origem no estado de Oklahoma em 2015, seguido por Mississippi e Alabama. No caso de Kenneth Smith, ele optou pelo nitrogênio após sobreviver a uma tentativa de execução por injeção letal em 2022. As autoridades dos estados buscaram alternativas para execuções devido a problemas na compra, administração e efeitos das drogas para injeção letal.

A implementação do gás nitrogênio resultou em críticas, especialmente pelo fato de que os estados autorizaram seu uso sem adotar um protocolo específico. Nebraska, por sua vez, está considerando um projeto que poderia autorizar o uso do gás em condenações, já que o estado está sem estoque de injeção letal. Segundo Deborah Denno, professora de direito da Universidade Fordham, é difícil prever se a morte de Smith fará com que outros estados adotem a asfixia por nitrogênio.

A execução de Kenneth Smith gerou controvérsias, com relatos de que o prisioneiro pareceu consciente após a inalação do gás nitrogênio. Defensores do método afirmam que ele é indolor, mas relatos destacaram que Smith se sacudiu e contorceu por alguns minutos antes de finalmente perder a consciência. Em contrapartida, o procurador-geral do Alabama, Steve Marshall, descreveu o uso do gás como um “avanço histórico”, alegando que sua eficiência pode dissuadir criminosos. A execução de Kenneth Smith deixa em aberto a discussão sobre alternativas em relação às práticas de pena de morte nos Estados Unidos.

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