Papa Francisco defende bênção aos casais homossexuais, afirmando se tratar de uma benção às “pessoas” e não à “união”.

O Papa Francisco fez uma defesa contundente da recente autorização da bênção aos casais homossexuais, destacando que se trata de uma benção às “pessoas” e não à “união”. Esta declaração veio em decorrência de um documento publicado em dezembro pelo Vaticano, que permitiu a bênção aos casais “em situação irregular” aos olhos da Igreja Católica, incluindo aqueles do mesmo sexo, mas fora dos rituais litúrgicos.

A medida gerou reações de repúdio, especialmente entre prelados conservadores, principalmente na África, onde a homossexualidade ainda é ilegal em vários países. No discurso perante os membros do Dicastério para a Doutrina da Fé, o Papa esclareceu que “Quando um casal se aproxima espontaneamente para pedir, não se benze a união, mas simplesmente as pessoas que juntas a pediram”. Ele enfatizou que as bençãos, fora de qualquer contexto e forma litúrgica, não exigem a perfeição moral para serem recebidas.

Francisco também ressaltou a importância de considerar “o contexto, as sensibilidades, os lugares onde vivem e as formas adequadas de fazê-lo”, em uma defesa clara do documento publicado pelo Vaticano. No entanto, a medida recebeu críticas por parte de setores conservadores da Igreja, com algumas figuras importantes denunciando-a como uma “heresia”.

Desde sua eleição em 2013, o papa Francisco tem buscado abrir a Igreja, em particular, aos fiéis LGBTIA+, mas seus esforços têm enfrentado forte resistência. Recentemente, o cardeal da Guiné Robert Sarah denunciou a autorização como uma “heresia”, enquanto o cardeal chinês Joseph Zen pediu a saída do monsenhor Fernández. No entanto, Francisco tem mantido uma posição firme em relação à importância de acolher e abençoar todos os fiéis, independentemente de sua orientação sexual.

Esta discussão segue sendo um tema importante e controverso dentro da Igreja Católica, evidenciando as divisões e tensões em relação à questão da homossexualidade. A posição do Papa Francisco em busca de maior inclusão tem gerado reações tanto de apoio quanto de rejeição, e continua sendo um dos pontos de destaque de seu papado.

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