Presidente Javier Milei destitui ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro, após série de vazamentos de reuniões de gabinete.

Na noite de quinta-feira (25), o presidente Javier Milei anunciou a destituição do ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro. O motivo alegado foi a responsabilidade do ministro em uma série de vazamentos de informações “maliciosos” ocorridos após as reuniões de gabinete, que acontecem duas vezes por semana. A confirmação veio por meio de altos funcionários da Casa Rosada ao jornal La Nacion.

Até o momento, não houve um comunicado oficial sobre a destituição de Ferraro, e o ministro não respondeu às tentativas de contato feitas pelo governo. Segundo informações obtidas pelo jornal, Ferraro também estava insatisfeito com o ritmo do Ministério e teve desentendimentos com o chefe de ministros, Nicolás Posse.

Após a decisão, a pasta da Infraestrutura teria sua categoria rebaixada para a de secretariado e seria absorvida pelo atual chefe da Economia, Luis “Toto” Caputo, que goza de total confiança do presidente Milei. Com as mudanças, Caputo acumula ainda mais poder sob sua órbita.

Ferraro é o primeiro ministro a ser destituído do gabinete, ocorrendo apenas 45 dias após o início da administração de Milei. Contador e economista de formação, Ferraro possui passagem pelo peronismo e trabalhou nas administrações provinciais de Antonio Cafiero e Eduardo Duhalde. Também teve experiência no Pro, do ex-presidente Mauricio Macri, onde ocupou um cargo na gestão da cidade de Buenos Aires.

Nos últimos dias, Ferraro compareceu à Câmara dos Deputados para defender questões relacionadas à sua área no âmbito do debate plenário das comissões da lei omnibus. Uma das primeiras declarações públicas do ex-ministro foi sobre a posição do Estado na economia, destacando a necessidade de reduzir a participação estatal para dar espaço ao setor privado.

A destituição de Ferraro ocorreu após a divulgação de informações confidenciais de suas reuniões com ministros, incluindo uma frase polêmica atribuída a ele sobre os governadores. Esse vazamento teria sido apenas um dos episódios que incomodaram o presidente e seu círculo de confiança, levando à tomada da decisão.

Esta é a primeira saída significativa no gabinete de Milei após apenas 45 dias de governo. Antes disso, as substituições eram realizadas principalmente no Secretariado de Comunicação Social, no Capital Humano e na Saúde, em níveis de secretários ou subsecretários. A transferência da área estratégica de Energia para a órbita do chefe da Economia em dezembro do ano passado já havia sido um revés para Ferraro.

Com a destituição de Ferraro, Milei demonstra que está disposto a tomar medidas firmes e rápidas para garantir a eficácia de seu governo, reforçando o compromisso com sua agenda política e econômica.

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